Inclusão: escola promove audiodescrição da dança

Alunos do Espaço Corpo que Dança gravaram apresentações e narraram seus movimentos para permitir que deficientes visuais vivam a experiência de forma virtual

VARIEDADES - GABRIEL BUOSI

Data 05/08/2020
Horário 03:23
Weverson Nascimento - Alunos gravaram a descrição de suas danças em casa
Weverson Nascimento - Alunos gravaram a descrição de suas danças em casa

O Espaço Corpo que Dança, de Presidente Prudente, aproveitou este momento de pandemia para propor uma atividade desafiadora e emocionante aos alunos que fazem parte da instituição: a dança audiodescrição. Direcionado às pessoas que possuem deficiência visual, o material em vídeo junta os movimentos da dança com a narração do que é apresentado, cuja intenção é a de permitir que a experiência da dança possa ser vivida, de forma virtual, por aqueles que por algum motivo não podem enxergar. “É uma proposta pioneira e que tem agradado muito. Pretendemos dar continuidade nessa ação que tem emocionado”, aponta o professor responsável, Emerson Euzébio
De acordo com o Emerson, a ideia surgiu neste momento de pandemia, com a intenção de realizar diversas performances de dança, junto da descrição dos movimentos, para que a pessoa que não consegue enxergar possa imaginar e sentir as expressões corporais através do áudio, já que não pode sair de casa em razão das recomendações de distanciamento social. “Essas pessoas muitas vezes são esquecidas, e queremos promover a inclusão e deixar com que elas apreciem a arte”, afirma o professor.
Ele comentou ainda que foi muito interessante ver os alunos se colocando no lugar das pessoas com deficiência visual, permitindo a criação do sentimento de empatia, e ressaltou que um dos grandes desafios é passar a emoção da dança através da descrição, por áudio. “O retorno, no entanto, tem sido muito positivo. Este é um projeto pioneiro e queremos dar espaço para que todos sejam contemplados com a dança”, finalizou. 

"Foi desafiador", diz participante

Mariana Luiza de Oliveira, 20 anos, foi uma das alunas participantes do projeto. Para ela, que dança desde os 3 anos, a iniciativa foi “sensacional e desafiadora” neste momento em que todos estão mais distantes das aulas, por causa do distanciamento. “Descrever a você mesma é mais difícil do que descrever os movimentos, e precisávamos fazer os dois. No entanto, foi gratificante promover este momento para quem fosse acompanhar futuramente”, pontua.
Mariana lembrou que uma das coisas que mais ficou na cabeça dela depois da atividade foi o fato de ela querer saber como as pessoas com deficiência visual a imaginariam, a partir das descrições que ela mesma deu. “É algo que aproxima as pessoas e nos aproxima da dança. Foi mágico”. 

SERVIÇO
A apresentação da dança pela audiodescrição pode ser acompanhada pelo canal do YouTube do professor Emerson Euzébio, que leva o nome dele. 

Foto: Weverson Nascimento
Espaço Corpo que Dança de Presidente Prudente
Mariana diz que experiência “foi mágica”: “É algo que aproxima as pessoas e nos aproxima da dança”

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