Inteligência Artificial na aprendizagem

OPINIÃO - Jair Rodrigues Garcia Júnior

Data 11/12/2025
Horário 05:00

A Inteligência Artificial generativa representa uma revolução da magnitude que foi a própria internet e a conexão de rede (3G, 4G, 5G) há pouco mais de duas décadas. Já são centenas as funcionalidades que foram desenvolvidas e estão sendo utilizadas nas mais diversas atividades profissionais, de educação, entretenimento, etc, mas ainda há muito a ser explorado e criado.
A formação desde o ensino médio, até a graduação e pós-graduação são esferas de grande interesse na utilização da Inteligência Artificial generativa. Porém, por mais natural que seja utilizar esta e outras ferramentas digitais, principalmente pelos jovens, que são considerados nativos digitais, há de se pensar, discutir e direcionar a utilização para que seja instrutiva e contribua para a construção e apropriação do conhecimento. 
Nos espaços de ensino formal, tais como escolas, colégios, faculdades, universidades, os professores têm um novo papel, que vai além da formação técnica e profissional, sendo necessário também desenvolver nos estudantes as competências digitais. Neste contexto, não basta instrumentalizar os estudantes com programas e aplicativos, inclusive os mais atualizados de Inteligência Artificial generativa. As competências digitais dos estudantes devem incluir pensamento crítico, reflexivo e ético sobre o uso das tecnologias, para que a atuação como estudantes e, mais tarde como profissionais, seja emancipada, criativa e adaptativa para as diferentes demandas e contextos relacionados às tecnologias.
Tecnologias como a Inteligência Artificial generativa trazem vantagens incomensuráveis, porém seu uso indiscriminado, sem critérios ou limites pode também ter consequências inesperadas e desagradáveis, percebidas de imediato ou apenas em médio prazo. A Inteligência Artificial generativa tem muito a contribuir para a aprendizagem e formação profissional, mas pode também provocar dependência, sensação de inaptidão para tarefas, resolução de problemas, trabalho em equipe e interações sociais.
A Inteligência Artificial generativa deve ser entendida e utilizada como ferramenta adicional poderosa no processo de ensino-aprendizagem, mas não protagonista absoluta. Esse papel cabe ao estudante, que deve receber, nos diferentes níveis de formação, a alfabetização (letramento) digital, para compreender o funcionamento dos algoritmos, ser apto a discernir “para que”, “quando” e “como” utilizar a Inteligência Artificial generativa de forma responsável, transparente e ética. 
Sobretudo, deve ficar claro que o conteúdo gerado pela Inteligência Artificial nem sempre está correto ou é confiável, e não é a única fonte de informações. O fator humano presente nos livros físicos ou digitais e artigos científicos escritos e revisados por especialistas, bem como a experiência teórica e prática dos mestres, continuarão a ter superioridade sobre algumas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem.

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