A velocista acreana, que treina em Presidente Prudente, Jerusa Geber dos Santos, e seu atleta-guia Gabriel dos Santos fizeram história hoje, nas semifinais dos 100m (metros) da classe T11 (deficiência plena da visão) das Paralímpiadas de Paris, ao quebrar o recorde mundial da prova com a marca de 11s80. O tempo cravado por Jerusa e Gabriel no Stade de France foi três centésimos abaixo da antiga marca da dupla, de 11s83, estabelecida em março do ano passado durante a 1ª Fase do Circuito Nacional de Atletismo.
Horas antes da quebra do recorde mundial, Jerusa e Gabriel estrearam nos Jogos Paralímpicos. A dupla terminou a bateria 2 da rodada classificatória na primeira colocação, com o tempo de 12.57s.
A final dos 100m T11 feminino está marcada para as 15h04 (horário de Brasília) desta terça-feira. Jerusa vai correr contra a chinesa Liu Cuiqing, a venezuelana Linda Patricia Perez Lopez e a brasileira Lorena Spoladore.
Minutos após a quebra do recorde mundial, o treinador do Time Jerusa, Luiz Henrique Barbosa da Silva, ressaltou que a marca estabelecida hoje na pista do Stade de France é fruto de um trabalho realizado há muito tempo. “A gente sonhou com este momento há mais de oito anos, desde a Paralímpiadas do Rio [de Janeiro]. Lembro que ficamos sem rumo para onde ir, mas a gente começou a ter este lado da fé, acreditando sempre que o Criador ia fazer por nós”, iniciou Luiz ao relembrar a frustração da ocasião em que Jerusa não conseguiu avançar para a final dos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016.
“Ele me fez treinador, trouxe o Gabriel e a gente junto com a Jerusa vem trilhando este caminho. É uma alegria imensa, muita emoção. Durante a prova é muito nervosismo acompanhando de fora. A gente se aconchega na oração pedindo ao Criado que possa nos permitir fazer o melhor, repetir o que estávamos fazendo nos treinos e a Jerusa e o Gabriel foram sensacionais hoje batendo o recorde paralímpico e mundial”, disse o treinador e marido de Jerusa.
“Agora, na final, a gente vem pra tentar repetir o que a gente vinha fazendo nos treinos e se for suficiente pra gente alcançar [o ouro], dentro da permissão do Criador, vamos ficar mais felizes do que ficamos hoje [segunda-feira]”, concluiu Luiz Henrique enquanto Jerusa e Gabriel se encaminhavam para a Vila Paralímpica.
Cedida
Luiz Henrique, Jerusa e Gabriel reunidos no Stade de France após a quebra do recorde mundial