Mãe e filha de PP atuam como voluntárias, no Rio de Janeiro

Esportes - Jean Ramalho

Data 31/07/2016
Horário 11:34
 

Como uma criança em meio aos brinquedos de um parque de diversões. É assim que se sente a estudante de Jornalismo, fascinada por esportes, Milena Mendes, entre os repórteres e atletas de todas as partes do mundo presentes nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Ao lado da mãe, Salma Mendes, a universitária de Presidente Prudente integra um universo de aproximadamente 50 mil voluntários credenciados para trabalhar na competição olímpica. Mas mesmo circulando entre a nata do cenário esportivo mundial, a voluntária não espera mais do que trazer na bagagem as experiências do convívio com tantas culturas distintas, bem como a sensação de dever cumprido ao poder ajudar outras pessoas.

"Tem sido uma chuva de oportunidades diárias que nunca tive em minha vida. Tenho acesso à imprensa esportiva do mundo inteiro e estar ao lado dos melhores do mundo, entre jornalistas e atletas, é incrível. Mas o mais gratificante é poder continuar ajudando as pessoas sem necessariamente esperar um retorno. Claro que um dia tudo o que estou fazendo vai voltar pra mim, mas não é uma lei de troca, é uma consequência", comenta a estudante do oitavo termo de Jornalismo da Facopp (Faculdade de Comunicação de Presidente Prudente).

O "sonho olímpico" de Milena Mendes começou em novembro do ano passado, após uma conversa com um amigo de Bauru (SP), que lhe passou as coordenadas para inscrição no programa de voluntários dos Jogos. O cadastro foi feito no mesmo mês, mas a aprovação chegou apenas em junho deste ano. "Em abril, saiu a primeira resposta para as Paralimpíadas. Claro que fiquei muito feliz, mas queria muito a confirmação para as Olimpíadas. Então, quando chegou a confirmação das Olimpíadas foi correr para o abraço e começar a me organizar", relata.

 

Braços abertos

E essa organização foi realmente necessária, sobretudo nas questões logísticas e financeiras. Tudo porque, os voluntários do Rio 2016 são de fato voluntários. Ou seja, não recebem qualquer remuneração pelos serviços prestados, apenas ajudas de custo diárias com transporte e alimentação. Com isso, todo contexto que envolve viagem e hospedagem teve que ser bancado por ela. "É literalmente voluntário o trabalho. A gente vem pra trabalhar de graça e fazer o que for possível para sobreviver durante o período de estadia no Rio de Janeiro", reforça a estudante.

Foi aí que Milena Mendes contou com a solidariedade dos cariocas e posteriormente com a sorte. Ao desembarcar no Rio, na última segunda-feira, ela entrou em contato com uma igreja e foi acolhida por uma família. Depois, a mãe, que já estava no Rio desde 17 de julho, conseguiu duas vagas em um alojamento da organização e pelo menos os gastos com hospedagem foram poupados. "Tivemos muita sorte de conseguir o alojamento, pois as vagas são muito limitadas", afirma.

 

Experiências

Mas não apenas de casualidades ou contratempos se vive um voluntário. Em solo fluminense, Milena Mendes atua ao lado da delegação do Afeganistão, enquanto que sua mãe está com a delegação argentina. Além disso, a universitária conta que seu alojamento fica próximo ao centro de imprensa dos Jogos. Convivência que têm cooperado para seu enriquecimento pessoal, profissional e cultural.

"Sou responsável por todo o suporte que a delegação do Afeganistão necessite, desde o acompanhamento nos treinamentos até questões estruturais. Então é uma cultura que vamos conhecendo, diferente daquilo que lemos nas notícias ou na televisão. Está sendo um período muito rico, que pretendo aproveitar ao máximo", ressalta a estudante, que retorna a Prudente no último dia da competição, em 21 de agosto.
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