Mãos e dedos

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor do camelo e do camelódromo

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 04/12/2025
Horário 05:30

O que seria das mãos sem os dedos? Não sei, mas presumo que as mãos sem os dedos ficariam com jeitão de remo de barco. Os dedos são tão importantes que até têm nomes: mindinho, anelar, médio, indicador e polegar. Seriam os dedos extensões das mãos? Ou seriam auxiliares das mãos?
De todos os dedos o indicador é considerado o mais "famoso' e virou metáfora para designar o delator, o traidor, o traíra e, claro, dedo-duro. Tudo isso sem contar que o dedo indicador é o mais "perigoso' de todos os dedos. É com ele que malvados puxam o gatilho e, se for o caso, apertam o botão nuclear.
Dedo em riste também é "protagonizado" pelo dedo indicador. É um gesto autoritário, mas também pode ser um ato que expressa nervosismo da pessoa durante uma discussão acalorada. "Não aponte o dedo para mim", costuma-se dizer. E não passa de obscenidade mostrar o dedo médio erguido. Não faça isso.  
Ainda sobre os dedos menciono também o mindinho, o menor dos dedos. É como está o salário mínimo: menor que o dedo mindinho. Os preços é que deveriam ser baixos pra gente fazer uma comparação com o mindinho. "Aproveite a nossa promoção. Preços menores do que o dedo mindinho", diria o locutor do supermercado.  
E as mãos? "A mão que afaga é a mesma que apedreja", já dizia o poeta Augusto dos Anjos, que era do ramo. Ou seja: ele manjava um bocado de poesia. Enfim, um especialista no assunto e ainda por cima era dos Anjos. As mãos sempre foram tema de poetas e compositores. 
Eles nos brindaram, embora sem brindes, com belas obras abordando as mãos, tanto no singular como no plural. Se me permitem, também vou meter a colher e outros talheres neste caldeirão e, assim sendo, tecerei considerações sobre as mãos, mesmo não sendo tecelão. Quer dizer: mesmo não sendo poeta e nem compositor.
Para o bem ou para o mal, as mãos abundam (ô palavra feia, sô!) nas metáforas. "Precisa de uma mãozinha aí", costuma dizer a pessoa de boa índole que quer ajudar alguém em dificuldades. Já o sujeito bandido furta ou rouba com a mão leve. A vítima nem percebe a ação do batedor de carteira, antes tachado de punguista. É a mão leve no jargão policial. Em suma: é um exemplo de alguém que usa a mão para praticar delitos. 
E a mão grande? Também significa ladrão, mas também diz respeito a alguém que apela para a ignorância e agride pessoas com violência. Aliás, mão grande é o que não falta no Brasil. Tem gente que sai na porrada por qualquer coisinha. País mais perigoso do que show da Taylor Swift (não vou nem de graça). Ainda bem que a mão amiga sempre está presente. A mão amiga é maioria em comparação com a mão leve e a mão grande. Que bom, né?

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