Maria Madalena – discípula  do Cristo Ressuscitado –  Homenagem ao Dia da Mulher

OPINIÃO - Saulo Marcos de Almeida

Data 09/03/2021
Horário 05:45

De vez em quando Deus me tira a poesia. 
Olho pedra, vejo pedra mesmo.
(Adélia Prado)

A aurora nem sinalizava os seus primeiros raios de sol e, acordada ainda com os últimos acontecimentos registrados em sua memória e coração, decidira sair no alvorecer para zelar do túmulo do seu Senhor, sepultado há dois dias. 
As mãos serenas e os delicados passos de uma simples mulher traziam aromas, perfumes/óleos, flores e a companhia dos pássaros cantando em lindas e variadas melodias que o novo dia chegou.
Era madrugada de domingo e na direção do jazigo, solidária com a sua dor, experimentava o sofrimento do luto – presente sinal de uma recente ausência que não mais sairia do seu coração, transformado e respeitado em sua dignidade de ser humano e mulher. 
Ao chegar ao sepulcro assustou-se com o medo e surpreendeu-se de estranha alegria.... Constatou que a pedra fora removida e a pedra que viu, virou poesia.
Amigo que ganhei, Deus que conheci, palavras/promessas que não guardei e túmulo vazio que, após a dura pedra, eu vi!
Já era dia e foi preciso divulgar o acontecido. Assim, tratou de partilhar o que testemunhara de tão significativo, já na manhã ensolarada de Páscoa. 
Os homens, coadjuvantes pontuais da história que transformaria o mundo por meio do amor, ao tomarem conhecimento correram desesperados para testificar a narrativa da mulher e surpresos: 
No meio do caminho não tinha uma pedra! 
O tumulo estava vazio e no chão apenas os lençóis de linho, sacramentos de uma ausência! Viram, testemunharam e retornaram para as suas casas. 
De teimosa esperança à tristeza que se alimentava em lágrimas, a mulher solitária permanecia entre a pedra removida, a entrada do túmulo e os lençóis de linho no chão. 
De repente a pergunta óbvia a provocar, vinda de uns seres iluminados: por que choras tanto, mulher?  
Em meio à fé que vacila, ao coração que não se consola, a resposta que não responde, desejosa de continuar a procura e a busca - como fazem tantas mulheres no mundo: 
Levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram!
Ainda no silêncio da resposta que acabara de dar; na dor que não sabia mais orar; na tristeza obstinada de uma mulher que, para além das coisas que viu - Pedra, túmulo e lençóis de linho – de repente uma linda epifania se deu, o Senhor a chamou e seu nome ela ouviu: Maria. 
Ao ouvi-lo declinar o nome e sentir a ternura com que sempre ele a tratou, o mistério revelou: Maria, a Madalena, pronunciado pelo Cristo ressurreto, marca que faltava para abrir os olhos da triste mulher. Jesus ressuscitou! 
Nomear para crer na promessa benvinda e bendita do seu Senhor. Suficiente para trazer alegria ao coração de tantas Marias e mulheres em todo o mundo onde o Cristo ressurreto deseja sempre morar. 
Maria Madalena é preciso continuar! Vá dizer aos seus que o Cristo ressuscitou.
Há esperança para todos nós!
 

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