Maternidade e rede de apoio

EDITORIAL -

Data 20/09/2025
Horário 04:15

Falar de maternidade é falar de vida, de vínculos e de responsabilidades que atravessam não apenas a mulher, mas toda a sociedade. No entanto, ainda hoje, o maternar é envolto em cobranças, expectativas irreais e silêncios que sufocam. Por isso, eventos como o promovido pelo Sesc Thermas de Presidente Prudente merecem ser aplaudidos e multiplicados.
Ontem, o espaço cultural abriu suas portas para o “Papo Materno: Saúde Mental no Maternar”, um encontro gratuito que se acolhe, escuta e compartilha experiências entre gestantes, mães e mulheres que desejam refletir sobre esse universo tão complexo. Com a condução de Amanda Pessoa, Natália Arruda e Carol Di Giorgi, a roda de conversa parte de um mote provocador: “Nasce uma mãe, nasce uma culpa... Mas será que precisa ser assim?”.
Ao colocar a saúde mental no centro da pauta, o Sesc dá um passo essencial: romper com a romantização da maternidade. Não se trata de negar suas alegrias, mas de reconhecer seus desafios e contradições. Trata-se, sobretudo, de reafirmar que nenhuma mulher deveria maternar sozinha, e que o apoio de familiares, amigos, instituições e do poder público, é tão fundamental quanto o amor.
A cada iniciativa como essa, abre-se espaço para quebrar estigmas, oferecer escuta sensível e, principalmente, fortalecer redes de apoio. Porque, no fim, cuidar de uma mãe é também cuidar de uma criança, de uma família e, em última instância, da sociedade que queremos construir.
Debater a maternidade é, portanto, um ato de responsabilidade coletiva. Que mais rodas como essa floresçam e que, pouco a pouco, possamos transformar culpa em acolhimento, cobrança em empatia e solidão em rede.

 

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