Meu pé de boldo

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor do chá e contra o chá de cadeira

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 18/05/2023
Horário 05:30

Além de árvores frutíferas, como já disse aqui, a Rua das Palmeiras, em Prudente, também tem erva medicinal. Ou planta medicinal, caso prefiram a segunda denominação. Há um pé de boldo na altura do número 309. Foi plantado há cerca de seis anos pelo morador da casa com o citado número.
Ao lado, mora o sergipano José Alves de Freitas, que vive em Prudente há mais de 60 anos. Ele contou ao cronista sobre o pé de boldo. Na verdade, Boldo-do-chile, como estabelece o novo acordo ortográfico da língua de José Saramago e Jorge Amado.
Dei uma "gugada", mas não descobri como se chama o pé de boldo. Boldoeiro? Claro que não, mas acho que isso não vem ao caso. "Quem plantou foi o vizinho, acho que faz uns seis anos", contou seu Freitas. Aos 80 anos e com um probleminha de saúde (quem não tem?), ele ainda trabalha para ganhar o pão nosso de cada dia e de cada noite. Afinal, só está fácil para poucos, os mesmos de sempre.
Dono de um Mercedinho vermelho (cor suspeita, hein?), seu Freitas faz carreto com seu caminhãozinho de cara chata. Resumo da ópera: ele transporta ferro-velho ou qualquer bagulho que já não cabe mais nas residências, lojas e por aí vai. Quem está a fim de se livrar de sucatas basta procurar o nosso amigo, que atende pelo celular 99715-8708. 
Seu Freitas sempre está de olho no pé de boldo, que deve ter uns dois metros de altura. O arbusto já começa a ficar com as folhas num tom, se percebi bem, amarelado. Seria o outono da existência do pé de boldo? "É muito bom para a saúde. Não precisa nem fazer chá. Basta mastigar bem duas ou três folhas", explicou o nosso personagem, gente boa à beça.  
De fato, o seu Freitas tem razão. O boldo é bom para o fígado, indigestão e até cura ressaca. Não é uma maravilha? Claro que é. É remédio fitoterápico eficiente. Mas seu Freitas avisa: "Quem se interessar deve colher as folhas da parte de cima". "Como assim?", quero saber. 
Com seu jeitão de bom sergipano, ele, com um sorriso maroto, emenda: "Cachorros costumam "carimbar" a parte de baixo do pé de boldo. Erguem a pata traseira e "regam" a planta". Ah, essa cachorrada: "batiza" até pé de boldo.

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