Moradores do Maré Mansa reivindicam manutenção em área verde

Falta de calçamento, alambrados deteriorados e excesso de lixo são as principais reclamações dos munícipes; Prefeitura informa que busca recursos para providenciar o cercamento do espaço

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 04/10/2018
Horário 08:33
José Reis - Alambrado danificado causa insatisfação a moradores do Maré Mansa
José Reis - Alambrado danificado causa insatisfação a moradores do Maré Mansa

Quem passa pelas ruas Natalino Cordeiro Fonseca e Raimundo Gomes Tavares, no Residencial Maré Mansa, em Presidente Prudente, se depara com uma grande mata verde, mas também com a falta de calçamento, lixo entulhado e alambrados caídos. Esses são os principais incômodos dos vizinhos. Segundo Paulo Fernandes Ribeiro, 45 anos, presidente da Associação dos Moradores do bairro, a situação persiste há 16 anos – mesmo tempo em que o bairro foi fundado. Conforme explica, a busca por providências com a Prefeitura de Presidente Prudente é constante e a resposta é sempre a mesma: a melhora do espaço está na programação.

Em contato com a reportagem, a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informou que a Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) está em busca de recursos para a implantação de novos alambrados para cercar fundos de vale e áreas verdes no local em questão. Sobre a falta de calçamento, a pasta reforça que quando se trata de terrenos e imóveis particulares, a responsabilidade é do proprietário. Porém, como neste caso é uma área pública, a Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) fará uma visita técnica ao local para verificar a viabilidade de incluir no cronograma de locais que serão contemplados com calçamento.

Contudo, para Paulo, a falta de solução rápida é um agravante na qualidade de vida da comunidade local. “Não tem uma calçada, as pessoas têm que andar na rua, as chances de sofrerem um acidente são enormes”, expõe. Renata Ribeiro Gino, 43 anos, concorda. Moradora do Maré Mansa há 12 anos e vizinha do espaço descuidado, a prudentina, que tem hábito de caminhar, se sente desprovida de segurança. “O bairro em si é tranquilo, mas, às vezes, queremos sair para andar e fica difícil, porque aqui é uma rua que os carros passam em velocidade [não possui lombadas] e a falta de calçada complica ainda mais”, pontua.

Mãe de um adolescente de 13 anos, Renata revela se sentir apreensiva quando o filho sai para brincar. De acordo com ela, além da falta de calçada, o alambrado deteriorado também é um problema, já que, conforme afirma, o filho já foi vítima de acidentes devido as partes caídas. “Quando voltou para casa estava todo machucado por causa de arame farpado. É complicado, temos que viver de olho para não acontecer algo mais grave”, relata.

Mais problemas

O prudentino Denis Eduardo de Oliveira Santos, 44 anos, vive em frente ao espaço há 18 anos. Quando questionado sobre os problemas, a primeira reclamação é sobre o lixo e a falta de conscientização dos moradores sobre o descarte correto. “Temos outros problemas, mas o principal é a falta de respeito da população que usa a mata para jogar lixo, não falta só posicionamento do poder público, falta vergonha na cara das pessoas”, lamenta. Procurando uma forma de amenizar o lixo a céu aberto – que engloba sofás velhos, pneus e embalagens plásticas – Denis começou a construir um jardim improvisado. O objetivo é fazer com que “os sujeitos pensem duas vezes antes de descartar resíduos”.

O biólogo José Carlos de Lima, 31 anos, é vizinho de Denis, e aprova a atitude do colega. De acordo com ele, embora sejam privilegiados de ter contato tão próximo com a natureza, o excesso de lixo acaba com a beleza local. “Às vezes entro na mata para ver animais que aparecem por aqui e sempre está lotado de lixo. Volta e meia recolho três, quatro sacos cheios de resíduos”, conta.

A questão é tão presente no cotidiano do bairro, que Paulo revela ter feito um mutirão de coleta de entulho neste ano. Em parceria com moradores do Parque Imperial - bairro vizinho –, eles recolheram cerca de 4 toneladas de lixo nas ruas de ambos os locais. “Deu uma maneirada, mas ainda temos muito o que fazer. Agora estamos tentando conscientizar a população, fazer com que entenda que o espaço é nosso e temos que cuidar”, reforça.

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