Mostra que reúne 18 ensaios fotográficos evidencia a força das mulheres negras

Aberto para visitação no Matarazzo, projeto reúne, sob a mesma luz, figuras femininas de diferentes profissões e personalidades

VARIEDADES - ANDRÉ ESTEVES

Data 12/01/2017
Horário 07:30
 

"O objetivo é mostrar a força das mulheres por meio de um simples retrato", afirma o fotógrafo Gilson Lorenti, que expõe até a primeira semana de fevereiro, na Galeria Takeo Sawada, no Centro Cultural Matarazzo, o seu projeto "Mulheres em Negro e Branco", o qual reúne 18 ensaios fotográficos realizados em um período de três anos. Em conversa com a reportagem, Gilson explica que a iniciativa foi motivada pelo desejo de produzir ensaios temáticos em alusão ao Dia da Consciência Negra, lembrado anualmente no dia 20 de novembro. Já a escolha da figura feminina foi por conta de sua área de trabalho. Após fazer o primeiro retrato, o fotógrafo teve a ideia de criar uma série utilizando sempre formato idêntico, posições parecidas, a mesma luz única e câmera e lente iguais. "Utilizei a velha máxima que todos os professores de retratos ensinam: um bom retrato mostra muito da personalidade da pessoa", denota.

Jornal O Imparcial Exposição pode ser conferida até a primeira semana de fevereiro, na Galeria Takeo Sawada no Centro Cultural Matarazzo

Gilson conta que encontrar mulheres que aceitassem ser fotografadas para o projeto foi um processo difícil, tendo em vista que as pessoas ainda possuem certo receio de participar. No entanto, postar algumas fotos ao longo do tempo nas redes sociais ajudou a convencê-las que o trabalho é sério. "Algumas são amigas, outras foram indicadas por amigos e algumas me procuraram por terem gostado do projeto. Temos mulheres de Prudente, Venceslau e Regente Feijó, cidades onde encontramos as mais variadas profissões, como costureiras, vendedoras, fotógrafas e até uma assessora de deputado", elenca.

Um aspecto notável da exposição é que todas as fotografias estão em tom preto e branco. O artista esclarece que o P&B traz impacto estético, "um poder que a foto colorida não tem". Por ser fã do trabalho de vários retratistas do século 20 que se valeram quase que exclusivamente do preto e branco, Gilson optou por adotar esta técnica no trabalho. "Desde o começo, essa era a escolha, até mesmo o trocadilho com o nome da exposição, que foi a primeira coisa que criei. Eu tinha o conceito e depois o coloquei em prática com a primeira sessão fotográfica", expõe.

Embora já esteja em exposição, o fotógrafo não vê o projeto "Mulheres em Negro e Branco" como finalizado e acredita que vai continuar, provavelmente, de outra forma. Gilson salienta que a exposição ocorreu agora como forma de respeito às modelos que participaram até o momento. "Faz três anos que a primeira se dispôs a posar e acho que já era hora de dar um retorno para elas", comenta. Ele enfatiza que recebeu feedback positivo tanto das participantes quanto de todos que visitaram a exposição, o que pensa ser um incentivo para continuar e expandir. "Sem falar que ver a foto impressa em tamanho grande é uma experiência sem comparação. A tela do computador não consegue mostrar a vida de uma foto", avalia.

Quanto ao papel social de seu trabalho, o artista destaca: "Acho que serviu para mostrar a força dessas mulheres e levantar alguns questionamentos sobre o papel da mulher negra em nossa sociedade", pontua.

 

Oportunidade


Juntamente com a exposição, Gilson promove, no Matarazzo, um curso de fotografia com a temática "Fotografia Autoral e Fine Art", gratuito para toda a população. Embora este já esteja em andamento desde o último sábado, o fotógrafo aponta que há mais três aulas pela frente, nos dias 14, 21 e 28, das 9h às 12h. Os interessados em fazer inscrição podem procurar o Centro Cultural Matarazzo ou entrar em contato pelo telefone 3226-3399. No curso, o artista ensina como desenvolver e divulgar um projeto fotográfico artístico.

 

Serviço


A exposição "Mulheres em Negro e Branco" está aberta para visitação de segunda a sábado, das 8h30 às 22h, e domingos e feriados, das 16h às 22h, no Centro Cultural Matarazzo.

 

 
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