Mudanças climáticas e gases de efeito estufa

Considerando que as atividades humanas são as principais responsáveis pelo aquecimento global, medidas preventivas e de conscientização devem ser tomadas pela população

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 28/05/2023
Horário 08:52
Foto: Freepik
Pequenas ações, como redução na produção de lixo e estímulo à reciclagem, podem fazer grandes diferenças
Pequenas ações, como redução na produção de lixo e estímulo à reciclagem, podem fazer grandes diferenças

No ano de 1988 foi criado o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o qual é um grupo científico encarregado de monitorar e avaliar toda a ciência global relacionada às mudanças climáticas. Sete anos depois, em 1995, foi realizada em Berlim a Primeira COP (Conferência das Partes), que é a Cúpula Anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, para chegar a um acordo global sobre como abordar a questão. Destacam-se, ainda, a assinatura do Protocolo de Kyoto, em 1997, com o compromisso de reduzir as emissões de GEE (gases de efeito estufa), e o acordo de Paris, em 2015, um tratado internacional juridicamente vinculante. A COP28 acontecerá em dezembro do corrente ano, em Dubai, visando discutir as ações para estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera em um nível que não traga riscos ao sistema climático.

O aumento dos GEE devido às atividades humanas faz com que mais calor seja retido e a temperatura da superfície terrestre aumente, destaca a Dra. María Gloria Fabregat Rodríguez, do Departamento de Humanidades da Universidade Cienfuegos, Cuba. Os principais GEE gerados pelas atividades humanas são o CO2 (dióxido de carbono), metano, óxido nitroso e gases fluorados. Entre as causas do aumento da emissão desses gases estão: a combustão de carvão, petróleo e gás, produzindo CO2 e óxido nitroso; a exploração madeireira, considerando que as árvores absorvem CO2 da atmosfera e ajudam a regular o clima, contudo, ao serem derrubadas, esse efeito benéfico é perdido e o carbono armazenado nas árvores é liberado na atmosfera, agravando o efeito estufa; a pecuária, já que a digestão do gado produz uma grande quantidade de metano; os fertilizantes contendo nitrogênio produzem emissões de óxido nitroso; por fim, os gases fluorados emitidos por aparelhos e produtos, os quais apresentam um poderoso efeito de aquecimento, até 23.000 vezes maior do que o produzido pelo CO2.

Pegada de carbono

O indicador ambiental que reflete a quantidade de GEE emitida direta ou indiretamente é a Pegada de Carbono, a qual é expressa em CO2 equivalente (CO2e). Segundo o Observatório Brasileiro do Clima, o país emitiu 2.170 milhões de toneladas brutas de CO2e em 2019. O desmatamento respondeu por 968 milhões de toneladas de CO2e, o que representou 44% do total. A agricultura emitiu 598,7 milhões de toneladas de CO2e (28%), enquanto o setor de energia, a indústria e os resíduos foram responsáveis pela emissão de 413,6 milhões (19%), 99 milhões (5%) e 96 milhões de toneladas de CO2e (4%), respectivamente. Em média, os brasileiros emitiram 10 toneladas brutas de CO2e, um valor acima da média mundial de 7 toneladas por pessoa. O Brasil pode emitir 2,5 bilhões de toneladas de CO2 a partir de 2030, caso medidas preventivas urgentes não sejam implementadas.

De acordo com a Dra. María Rodríguez, as principais consequências do aquecimento global são possíveis inundações de cidades litorâneas, aumento da radiação solar, aumento dos fenômenos meteorológicos de difícil controle (furacões, secas, chuvas irregulares), quedas na produção da agricultura e pecuária, além da extinção de algumas espécies. A saúde humana também é afetada diretamente pelo efeito estufa, considerando que aumentam os riscos de problemas respiratórios, câncer de pele, catarata, insolação e desnutrição. Além disso, doenças como a dengue e a malária podem se propagar para outras partes do planeta. 

Considerando que as atividades humanas são as principais responsáveis pelo aquecimento global, medidas preventivas e de conscientização devem ser tomadas pela população mundial, incluindo o reflorestamento e a preservação da vegetação, a redução na utilização de gás natural e de petróleo, a redução na emissão de poluentes pelas indústrias, a redução na produção de lixo e estímulo à reciclagem, a economia de energia elétrica, o uso de transporte coletivo ou bicicleta (principalmente para pequenos trajetos) e a redução no consumo de carne bovina e suína, ressalta María Rodríguez. Pequenas ações podem fazer grandes diferenças!

(Matéria integrante de projeto de extensão universitária (PROEXT-REITORIA; 19982/2023), sob coordenação do Prof. Dr. Douglas Roberto Monteiro [Unoeste])

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