Museu de Arte Contemporânea

António Montenegro Fiúza

«Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades.» Cazuza 

Existem privilégios especiais, concedidos a poucos seres humanos e um desses é o de acordar, diariamente, sendo abraçado pelo Pão de Açúcar e pelo Cristo Redentor de um lado e pelo Museu de Arte Contemporânea do outro lado. Acordo assim enlaçado de um flanco e do outro, por um fenômeno geológico natural de extrema beleza e magnitude, por uma obra humana que reflete a divindade e por uma criação humana, futurista, desafiando as leis naturais e gravitacionais… acordo assim, entre o divino e o humano.
Por estes dias, a construção humana comemora 25 anos de existência: uma vida profícua, intensa, de extrema e inebriante beleza, um fenômeno da arquitetura moderna, quase surreal. E para além de todo o conceito arquitetônico e urbanístico, esta obra representa a luta pela democratização da arte, de tal forma que todos a ela tenham acesso. Ora, 25 anos são bodas de prata, vicissitudes ultrapassadas, votos e objetivos renovados. 
Já falamos aqui sobre museus, sobre arte e sobre cultura, sobre um novo conceito sobrepondo-se àquilo que nós considerávamos um espaço de velharias e antiguidades. Um museu atual é quase uma academia, espaço para construção de conhecimentos e saberes, espaço de progresso e discussão, manufatura de futuro.
Uma das mais belas obras de Oscar Niemeyer comemora 25 anos, no belíssimo mês de setembro, quando tudo nasce e renasce, quando a própria natureza - a parte divina – transmite a sua bênção ao humano.
Para uma vida humana, 25 anos representam uma geração, mas representam ainda mais, as bodas de prata simbolizam um amadurecimento, um refinamento, uma elegância; figuram a longevidade, a resiliência, a determinação e (por que não?) um pouco de teimosia, em mostrar ao mundo que o ensino não se faz apenas nos bancos da escola, em trazer a aprendizagem e a pedagogia para espaços diferenciados, de cultura e de arte.
A palavra bodas tem as suas origens numa palavra latina, que significa voto ou promessa; e nas comemorações de prata do MAC (Museu de Arte Contemporânea), renovam-se os votos de bem sucedida jornada, até ao alcançar das bodas de ouro. 

 


 
 

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