Museu destaca evolução tecnológica das últimas décadas

Acervo da Unoeste reúne equipamentos nas áreas de informática e comunicação que revelam o quanto a tecnologia contribuiu e mudou nossas vidas

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 22/04/2023
Horário 09:30
Foto: Emerson Sanchez
Museu da Unoeste usa tecnologia do presente, leitura de QRCode, para que visitantes saibam a história e detalhes de cada equipamento na mostra
Museu da Unoeste usa tecnologia do presente, leitura de QRCode, para que visitantes saibam a história e detalhes de cada equipamento na mostra

Conhecer ou revisitar de pertinho equipamentos e dispositivos eletrônicos antigos das áreas de informática e comunicação, com ajuda de uma grande aliada hoje: a tecnologia. É com essa proposta, de passado e presente lado a lado, somada a missão de conservar e preservar um patrimônio significativo, que a Unoeste abriu as portas para visitações do seu novo espaço, o Museu de Tecnologia. O acervo, dedicado à ciência aplicada e ao desenvolvimento tecnológico, reúne relíquias usadas por professores e alunos da Fipp (Faculdade de Informática de Presidente Prudente) e da Escola de Comunicação & Estratégias Digitais da Unoeste, além de objetos doados pela comunidade em geral. Ele já está em funcionamento no piso superior do Aecin (Acervo Educacional de Ciências Naturais), que fica no campus 2 em Presidente Prudente.

O Museu de Tecnologia reúne em duas salas dezenas de inovações que revelam o quanto a tecnologia contribuiu e mudou nossas vidas ao longo da história nessas duas grandes áreas do conhecimento que são a informática e comunicação. Quem visita os dois ambientes encontra diferentes tipos de computadores, impressoras, scanners, monitores, câmeras, máquinas de escrever e até notebooks que evoluíram em seu aspecto físico, processadores e funcionalidades. E o mais bacana é que durante a permanência no espaço, o visitante pode usar a tecnologia do presente, leitura de QRCode, para se aprofundar na história e detalhes de cada equipamento exposto. “Momento nostálgico da evolução dos equipamentos. Experiência que vale a pena ser vivida”, convida o coordenador do curso Sistemas de Informação da Fipp, Haroldo Cesar Alessi.

Dentre tantos produtos, ele destaca o computador TK85 como um dos que mais chamam atenção na mostra. Esse computador era o mais evoluído de uma linha iniciada pela Microdigital e fazia parte de uma linha de computadores pessoais de pequeno porte, ideais para iniciantes em computação, para uso doméstico. Uma das curiosidades é que o TK85 usava gravador de fita cassete como memória auxiliar, sem contar que as funções mecânicas precisavam ser controladas manualmente, pois o gravador não dispunha de conexão para acionamento do motor (remote). O equipamento também trazia um grande número de programas aplicativos oferecidos (gravados em cassetes) nas áreas de entretenimento e lazer, educação, financeira, administrativa e profissional.

Dentre vários objetos à mostra, o acervo do Museu da Tecnologia conta com disquetes de três a oito polegadas, fita magnética de rolo, telex, teleimpressora, rádio-gravador portátil, videocassete, antenas antigas de TV, rebobinador de VHS, mixer de áudio, mesas de corte usadas para edição de TV e até osciloscópio, que auxilia na medição de sinais elétricos ou até mesmo eletrônicos. “Os equipamentos não são exclusivamente da Fipp. Há produtos da Unoeste, dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, além de doações da comunidade”, ressalta Haroldo.

 

COMUNICAÇÃO

A diretora geral da TV Escola Unoeste e supervisora do Laboratório de TV da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais, professora doutora Thaisa Sallum Bacco, contribuiu no processo de catalogação de parte dos materiais. Ela conta que foi em 2018 que a Escola de Comunicação começou a organizar seu acervo próprio para encaminhar para o museu. Ao todo, 82 itens foram enviados. “Todos os itens do Museu são a preservação física da história do desenvolvimento do ensino e da prática da comunicação em âmbito regional. Parte das tecnologias ali expostas foram utilizadas por profissionais do mercado de trabalho e pelos estudantes. Analisando hoje todo o aparato tecnológico ali disponível para o público conhecer, é possível afirmar que sempre estivemos acompanhando a evolução dos processos comunicacionais”, considera.

Um dos equipamentos que se destacam na área da comunicação é uma das primeiras filmadoras utilizadas pelo telejornalismo prudentino no início dos anos de 1990, quando o sistema ainda era analógico. O equipamento tinha um compartimento externo para colocar as fitas U-Matic e um viewfinder que não vinha acoplado na câmera, e tinha de ser colocado em cima da filmadora para que o cinegrafista visualizasse o que estava sendo gravado.

O coordenador da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais, o professor doutor Tchiago Inague, destaca a importância e relevância dos jovens e demais interessados em conhecer o lugar que perpetua a evolução da tecnologia. “O espaço é um ambiente importante não só para a comunidade acadêmica, mas para toda a sociedade civil, pois narra a história de um elemento imprescindível que na contemporaneidade nos absorve cada vez mais: a tecnologia. O museu tem uma importância fundamental principalmente voltada às crianças e adolescentes, pois são gerações inseridas nesse processo de evolução já em andamento. E para conhecer o presente é necessário ressignificar o passado para planejar o futuro”, frisou.

 

PRIMEIROS VISITANTES

Uma turma do 3º ano do ensino médio do Colégio Cristo Rei de Prudente foi a primeira a visitar o Museu da Tecnologia. Impressionado com o lugar, o estudante Júlio César Telles Casanova, de 17 anos, dizia se sentir em casa porque pretende cursar Ciência da Computação na Unoeste. Na mostra, ele aproveitou pra ver os detalhes de cada equipamento antigo exposto. “Eu achei impressionante esse acervo que a Unoeste tem aqui no campus 2. Gostei muito de ver toda essa evolução dos computadores ao longo da história. Já tinha visto vídeos dos primeiros computadores que inclusive ocupavam uma sala inteira. Eu estou maravilhado”.

Já a aluna Lorena Silveira Vioto, de 16 anos, quis saber da Maria Eunice, funcionária responsável pelo Aecin e Museu da Tecnologia, como surgiu a ideia de criar o acervo. E descobriu que a ideia foi do vice-reitor da Unoeste, Brunno de Oliveira Lima Anéas. “A primeira coisa que eu pensei, ao conhecer isso aqui, foi querer saber quando eles começaram a planejar porque tem vários computadores, equipamentos e dispositivos que são bem antigos, algo que não é fácil de achar hoje em dia. E ela me contou que essa ideia perpetua desde 2008 e é extraordinário porque você consegue ver a evolução da tecnologia ao longo dos anos. O que me deixou mais curiosa foram as antenas e impressoras antigas. As impressoras eram muito grandes e eu não imaginava que eram assim”, contou.

Para saber ainda mais da história de cada equipamento na mostra, a Lorena escaneava na hora o QRCode em cada uma das placas de identificação dos objetos que mais lhe chamavam a atenção. “É muito interessante num museu que fala sobre o desenvolvimento da Internet utilizar os meios que a gente tem hoje. Quase todo mundo tem celular e acesso à rede, então concilia esses dois se você quer tornar a pesquisa acessível”.

O estudante Arthur Guarizi Gasparim, de 16 anos, também se encantou aos ver de perto todos os microcomputadores utilizados desde a criação da Faculdade de Informática de Presidente Prudente (Fipp). “Eu gostei muito do espaço e é perceptível como hoje tá muito melhor que antes, porque você vê esses computadores bem grandes assim e fala: ‘nossa, meu celular, tão pequeno e tem uma capacidade melhor que isso’. Impressionante como a evolução ocorreu num curto espaço de tempo. Se a gente for olhar, tudo isso em 20, 30 anos”, analisou. Sobre as placas de identificação com QRCode, ele elogiou a iniciativa. “O ambiente fica muito mais limpo, não precisa colocar mais aquele monte de escrita. Você pode olhar e só se você se interessar pelo objeto, é que você escaneia o QRCode pra saber mais. Ocupa menos espaço e fica muito prático pra saber mais sobre as coisas que você quer saber, fica mais opcional. Acho inclusive muito interessante as escolas trazerem seus alunos aqui”, sugeriu.

Por fim, a estudante Maria Eduarda Kuhn Guelfi, de 16 anos, ressaltou a preciosidade do acervo em preservar cada etapa da evolução tecnológica. “A gente tá acostumado com essas tecnologias open drive, com o celular e computador mais finos, rápidos e com bastante memória, e a gente acaba se esquecendo que tudo começou bem diferente do que é hoje. Eu até brinquei com o meu professor falando que não somente os animais evoluem, mas a tecnologia também. E é impressionante, as impressoras começaram de um jeito e agora é de outro, diminuíram. E ao passo que diminuiu de tamanho, a capacidade de armazenamento aumentou e muito. Eu fico impressionada”, concluiu.

 

Serviço

Quer se impressionar também e se conectar a esse espaço de preservação histórica? Então visite o Museu de Tecnologia da Unoeste. O agendamento pode ser feito pelos telefones (18) 3229-1000, (18) 3229-2000 ou (18) 3229 2003, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

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