Na era do streaming, adesão à TV por assinatura tem queda de 59,18% em Prudente

Em dezembro de 2012, eram 14.824 assinantes, número que caiu para 6.050 no mesmo período de 2022, aponta Anatel; mestre em Comunicação Mercadológica atribui às plataformas de conteúdo

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 21/02/2023
Horário 04:13
Foto: Freepik
TV por assinatura perde espaço para as plataformas de streaming, diz docente
TV por assinatura perde espaço para as plataformas de streaming, diz docente

A adesão à TV por assinatura apresentou queda de 59,18% nos últimos 10 anos em Presidente Prudente. Em dezembro de 2012, eram 14.824 assinantes, número que caiu para 6.050 no mesmo período de 2022, mostram dados levantados pela reportagem junto à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Em termos de densidade, a agência apontava que, em 2012, havia sete acessos a cada 100 domicílios. Já no ano passado, eram 2,6 a cada 100 residências.
A diminuição nas assinaturas foi observada na maior parte do período. Ainda considerando a densidade, foram 6,5 acessos a cada 100 domicílios em 2013; 6,8 em 2014; 6,3 em 2015; 5,8 em 2016 e em 2017; 5,1 em 2018; 4,4 em 2019; 3,7 em 2020; e 3,1 em 2021.
A professora Priscila Guidini, que é mestre em Comunicação Mercadológica, aponta que o fator primordial para o desinteresse pela TV a cabo é a popularização do streaming – tecnologia de transmissão de conteúdo pela internet que oportuniza ao cliente uma variada gama de produções, podendo ser assistidas pela televisão, computador ou celular. Na última década, a ascensão desse tipo de serviço no mercado audiovisual desencadeou o aparecimento de diferentes plataformas, que competem entre si pela busca de assinantes e pela oferta de títulos, entre séries, filmes e outros programas.
Segundo Priscila, o grande diferencial do streaming é o custo menor em relação à TV por assinatura e a característica de oferecer conteúdo segmentado. “Na TV por assinatura, são muitos canais e grande parte deles não interessa ao cliente. Para aquele que deseja só a programação infantil, por exemplo, faz muito mais sentido assinar uma plataforma que tenha um custo menor e ofereça uma qualidade muito boa de conteúdo para as crianças”, expõe.

Sob demanda

A docente destaca ainda a vantagem de as plataformas serem on demand, em português, sob demanda. Isso significa que os clientes podem assistir ao conteúdo conforme a sua disponibilidade de tempo. “Na hora que o usuário desejar, ele se senta, inicia o que deseja assistir e tem a opção de pausar ou retomar quando quiser”, observa. “Essa soma de características fez com que a TV por assinatura se tornasse menos atrativa devido ao custo mais elevado e à programação rotativa”, reitera. 
Mas não só o streaming influencia nessa questão. Para a mestre em Comunicação Mercadológica, o uso massivo da internet também conta, considerando que os usuários podem buscar os conteúdos que desejarem em plataformas como o YouTube. A professora pontua que, para disputar com tudo isso, os canais de TV por assinatura vão precisar se reinventar.

Liberdade de escolha

O jornalista Itamar Batista é um dos adeptos do streaming – atualmente, mantém assinatura em cinco plataformas e não quer parar por aí. Ele conta que prefere o serviço pela liberdade de escolha e de horário. “Com as assinaturas que tenho, consigo ter acesso a um catálogo bem variado de séries e filmes que posso assistir no momento em que quiser”, afirma.

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