Nadador de PP relata amadurecimento e experiência fora do país

Morando há dois anos e meio no Estado de Luisiana, jovem de 20 anos conta que a oportunidade o tornou um atleta melhor

Esportes - THIAGO MORELLO

Data 21/12/2016
Horário 08:52
 

De férias em Presidente Prudente, o nadador João Victor Oliveira Mescolote, contratado para compor a equipe de natação da LSU (Universidade do Estado de Luisiana), na cidade de Baton Rouge, afirma que amadureceu no solo norte-americano. Há dois anos e meio nos EUA (Estados Unidos da América), o atleta de 20 anos, que está entre os 30 melhores do país, garante que possui uma rotina regada a treinos e estudos, e que "se tornou uma pessoa melhor".

Jornal O Imparcial João Victor treina de segunda a sábado, duas vezes ao dia

De acordo com João, a oportunidade de treinar e estudar fora do país tem ajudado no aprendizado e a construção de uma carreira mais sólida. "Ao passar das temporadas, fui aprendendo muito, principalmente a lidar com meu corpo. Os treinos me ajudaram a entender o que funciona ou não, quais aspectos eu poderia melhorar e em qual modalidade consigo me destacar melhor, para que pudesse dar ênfase nela. Foi lá que eu consegui atingir meus melhores tempos: 19s82 nos 50 metros livres e 44s20 nos 100 metros. Além disso, ganhei uma nova família", conta.

Composto por 30 homens e 40 mulheres, o atleta comenta que o time da LSU possui um sistema regrado. "De segunda à sexta-feira, eu faço musculação, logo de manhã, seguido por um treino na piscina. Depois eu estudo, e na parte da tarde volto a treinar. Aqui eles valorizam muito o ensino. Caso eu não atinja as notas mínimas, sofro punição e sou privado de participar de torneios e competições", completa.

Dedicação aos estudos foi um dos pontos que motivou o nadador a ingressar na universidade. João, que faz curso de Marketing e Gerenciamento, ressalta que a temporada fora do país é importante para os dois aspectos. "Além da natação, eu consigo conciliar esses dois cursos que estou fazendo. Na verdade, os técnicos gostam desse posicionamento. O investimento na educação é sempre visto com bons olhos e, de certa forma, reflete no meu empenho e força de vontade dentro e fora das piscinas", diz.

Sobre a adaptação, o nadador salienta que nunca sofreu muito. Para ele, que saiu de casa aos 14 anos, já está acostumado. "O fato de sair de casa ainda bem jovem me fez ser uma pessoa mais responsável e corajosa. Acho que isso tem culpa no momento em que aceitei ir embora para os EUA. Eu sempre venho duas vezes no ano para ver minha família. Não é fácil ficar longe, claro, mas essas visitas, mesmo que poucas, são combustíveis para continuar minha caminhada", fala.

Caminho que nunca para. Quando questionado sobre a expectativa dos Jogos Olímpicos de 2020, João confessa que estava desanimado, mas voltou a acreditar no sonho. "Em maio de 2018, eu termino meus estudos pela LSU e já retorno para o Brasil. Admito que estava um pouco desanimado e com vontade de desistir. São muitos atletas, a gente fica com medo de não conseguir chegar lá. Mas nas preparações para as Olimpíadas do Rio, vi muitos amigos que chegaram bem perto de conseguir e pensei: por que eu também não posso? Isso me deu um gás a mais", finaliza.

No dia 26 de dezembro, após a comemoração do Natal com a família, o jovem já embarca de volta para os EUA.

 
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