Natal entre nós!

OPINIÃO - Saulo Marcos de Almeida

Data 21/12/2021
Horário 04:30

Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.
Lucas 2.14

No domingo passado celebrou-se o quarto domingo do Advento elencado no Calendário Cristão a recordar o amor de Deus sobre toda a humanidade.   
Por mais distante que seja a redenção de Jesus, aplicada à criação e às criaturas (imagem e semelhança de Deus), vale sempre lembrar que esse momento, fundamental para a fé cristã, aconteceu concretamente na história humana. 
O tempo para os hebreus nos dias de Jesus e mesmo antes implicava necessariamente em cronologia e narrativas. É o que nos ensina a descrição da criação do livro de Gênesis, por exemplo: a história preexiste à criação do ser humano ficando clara a noção de tempo. 
Assim, os evangelistas ao narrarem o nascimento de Jesus entre nós fazem questão de informar o contexto sociocultural da natividade (Palestina sob o Império Romano), as datas a indicar a época. Eles trazem, precisamente, os nomes das cidades e todos os personagens (desde a genealogia) envolvidos na vinda do menino, que receberia o nome de Emanuel: Deus conosco!
Deus se revela no tempo para informar a todos que a história não acabou! Reduzindo a temporalidade ao aqui e agora, Ele se manifesta como o Deus que age amorosamente e chama o ser humano à salvação. 
O tempo, marcado pela história, legitima a inserção divina na vida de todo ser humano. Antes de Cristo e depois de Cristo, humildemente, há milhares de gerações e épocas, a cristandade evoca! 
Além disso, para além da certificação histórica de Jesus, vale ainda perguntar antes da celebração natalina da semana que inicia: o que Deus exige de nós como propagadores desse tempo novo e messiânico?
João Batista, aquele que veio preparar previamente o tempo para a chegada de Jesus, fora perguntado sobre o que fazer nos dias que antecediam à vinda do menino Deus. Esta narrativa se encontra no evangelho de Lucas no capítulo três. 
O profeta, então, indica objetivamente na história e no tempo, os fazeres/sinais que devem responder às multidões, aos publicanos e aos soldados da época. 
Ao povo em geral a resposta do profeta, extremamente relevante para os nossos dias: quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira.
No Natal é preciso conhecer as carências dos que nada têm e, supri-los em suas necessidades básicas, é expressão do amor/caridade de Deus às multidões socialmente desprovidas. 
Aos coletores de impostos, representantes políticos e econômicos da época, que sobrecarregavam o povo com seus pesados impostos e taxas: não cobrem mais do que a lei manda!
Não tomem para si o que não é seu e legalmente previsto em lei. 
E aos soldados, a palavra de João Batista como critério de arrependimento para a salvação: Não tomem dinheiro de ninguém, nem pela força nem por meio de acusações falsas. E se contentem com o salário que recebem.
Exerçam a força sempre no exercício da justiça e para o bem. 
Natal entre nós: amor a Deus e ao próximo! Nasceu o menino Jesus, Deus conosco! 
 

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