No Morada do Sol, escola recebe capacitação contra Aedes aegypti

PRUDENTE - Jean Ramalho

Data 27/02/2016
Horário 09:30
 

A grade curricular da Escola Municipal Professora Odette Duarte da Costa, no Jardim Morada do Sol, em Presidente Prudente, ganhou uma nova disciplina na tarde de ontem. De maneira simultânea com o tradicional ensino regular, a instituição recebeu uma oficina de orientação sobre o mosquito Aedes aegypti e de confecção das armadilhas com garrafa pet, sob a orientação do geólogo Celso Tatizana. Cerca de 30 pessoas participaram do evento, entre funcionários, pais, alunos e representantes da comunidade.

Organizada pela Seduc (Secretaria Municipal de Educação), a ação surgiu após uma mobilização encabeçada por O Imparcial, juntamente com diversos setores da sociedade civil de Presidente Prudente. A escola do Jardim Morada do Sol foi a primeira da cidade a receber o projeto, que consiste em uma aula por meio do programa Visual Class, seguido por uma palestra sobre o mosquito, além da oficina de confecção da armadilha.

Jornal O Imparcial Cerca de 30 pessoas aprenderam a fazer a armadilha ontem

Na escola, poucos alunos participaram da atividade. De acordo com a diretora Sirlei de Oliveira, esta primeira etapa priorizou a participação de funcionários, pais de estudantes e membros da comunidade. Isso porque, ainda de acordo com ela, em uma segunda oportunidade, os funcionários repassarão os conhecimentos que, por sua vez, aplicarão à rotina de sala de aula. "Os professores irão articular com os alunos, tanto nas salas do ensino regular, quanto nas atividades do projeto Cidadescola", reforça.

 

Comunidade presente


Com a presença de Joziene de Santana Santos, presidente da associação de moradores do bairro na reunião, a diretora revela que a atividade, que teve início na escola ontem, deverá ser expandida para toda a comunidade. "Estamos empenhados em uma rede de desenvolvimento local. Escola e comunidade estão mobilizadas para exterminar esse mosquito. Não podemos ficar parados observando ele sair vencedor na guerra", garante a diretora.

O presidente da associação, mais conhecido como Amaral, confirma a informação da diretora. Conforme ele, a associação de moradores já conta com dez voluntários compromissados com a entidade, que agora se dedicarão, entre outras ações, à confecção e distribuição das armadilhas. "Todos estamos conscientes que temos que acabar com o mosquito vetor. Então, tudo o que pudermos, iremos fazer para mudar esse cenário", comenta Amaral.

Com um mutirão agendado para o dia 12 de março nas ruas do bairro, a presidente do Conselho de Pais e Alunos da escola e voluntária da associação dos moradores, Maria Aparecida de Jesus, diz que buscará patrocínio para comprar alguns itens da armadilha, como o microtule e a fita isolante, para organizar uma fabricação em larga escala e distribuir a armadilha no bairro. "Toda garrafa pet que encontrar irei fazer uma armadilha agora. Com isso, se conseguirmos fazer uma boa quantidade, no dia do mutirão poderemos distribuir para a comunidade", revela.

 

Mãe preocupada


Na companhia dos filhos, a dona de casa Amanda da Silva Souza, 24 anos, confessa estar temerosa que um de seus rebentos contraia dengue, zika vírus ou febre chikungunya. Por isso disponibilizou parte do seu tempo para aprender mais sobre o mosquito, como também sobre as ações de combate. "Deus me livre ver meus filhos doentes. Então, decidi adotar a ideia, pois a prevenção é o melhor combate para evitar que as pessoas fiquem doentes", diz a mãe.

Empolgado com a aceitação do projeto, o geólogo Celso Tatizana já fala em expandi-lo. De acordo com ele, existe a ideia de promover uma competição entre as escolas. Além disso, o idealizador aspira levar a proposta para as redes estadual e particular de ensino, assim como para outros segmentos, como entidades a associações. "As armadilhas são seguras e eficazes, se bem elaboradas e cuidadas. Obviamente que as demais ações devem continuar, concomitantemente, mas é mais um passo rumo à extinção do mosquito", assegura.

 

SAIBA MAIS

PRÓXIMAS ETAPAS

De acordo com Celso Tatizana, a próxima escola a receber a oficina será a José Soares Marcondes, na Vila Jesus, no dia 4 de março, às 10h e às 15h. Contudo, ainda segundo ele, o projeto não deve parar por aí. O geólogo diz que planeja agendar junto à Seduc uma aula conjunta com a presença de funcionários e professores de todas as escolas municipais, a fim de ampliar o projeto. O evento deverá ser realizado no Ceforppe (Centro de Formação Permanente dos Profissionais da Educação de Presidente Prudente), com data ainda a ser definida, segundo ele.

 

 

 

Materiais para a construção da armadilha:

 

Garrafa pet, tesoura, lixa, fita isolante, microtule e ração de gato; alpiste; ou arroz cru

 

Tire a tampa e remova o anel do lacre da tampa sem danificá-lo

 

Corte a pet em 2 partes. Uma servirá como copo e a outra como funil

 

Lixe a parte interna do funil para que fique fosca

 

Use o microtule para cobrir a boca da garrafa e coloque o anel como presilha

 

 

Coloque água até pela metade e acrescente a ração de gato; alpiste; ou arroz cru amassados

 

Posicione o funil com o bico para baixo e vede com a fita isolante
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