Em participação no evento “Doutores da Tilápia – Saberes e Sabores da tilapicultura brasileira”, realizado pela UniVita em Presidente Prudente, Silvia Pastore, mestre em Nutrição Animal com décadas de atuação no setor, traçou um panorama otimista – porém realista – sobre a tilapicultura nacional. Para ela, o Brasil já realizou avanços significativos, mas segue em fase “intermediária” de desenvolvimento, com muito a conquistar.
"Temos um espaço enorme para melhoria, para atingir um nível de excelência em produtividade”, afirmou. Pastore ressaltou as vantagens competitivas do país: disponibilidade hídrica, represas com água de boa qualidade, acesso a matérias-primas e profissionais qualificados. No entanto, destacou que o salto desejado exige maior sintonia entre as áreas. “A nutrição anda lado a lado à genética e ao manejo. Precisamos trabalhar juntos”, comentou, enfatizando a nutrição como elemento-chave para liberar todo o potencial genético já disponível.
Objetivo tangível: eficiência alimentar
Questionada sobre metas para os próximos anos, a especialista citou a melhoria da conversão alimentar como prioridade viável. Enquanto espécies como o salmão operam com índices próximos de 1:1, a tilápia no Brasil apresenta médias em torno de 1:1,6. “A conversão não é só nutrição – é manejo, são todas as técnicas aplicadas na criação”, ponderou. Reduzir esse indicador, segundo ela, significa produzir mais com menos recursos, elevando a competitividade.
Um convite à evolução contínua
Para os produtores, Silvia deixou um incentivo: buscar constantemente por inovações e trocas de experiência. “Sair do seu mundo e ver outras oportunidades é fundamental”, disse. Ela sugeriu observar sistemas de criação consolidados em outras cadeias, como os de camarão e salmão, e adaptar tecnologias às realidades locais. “Tem muita coisa legal sendo feita em outros países que podem ser trazidas e adaptadas para as condições brasileiras.”
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