O inimigo invisível: Pesquisadora alerta sobre a "chuva de plástico" e os impactos dos microplásticos na saúde humana

SINOMAR CALMONA

Docente da Unoeste e especialista em saúde, Dra. Renata Rossi Calciolari provoca reflexão sobre o consumo excessivo de plástico e seus perigos, revelando a presença de micropartículas em alimentos, cosméticos e até mesmo no ar que respiramos

COLUNA - Sinomar

Data 07/09/2025
Horário 05:15
Dra. Renata Rossi Calciolari, docente da Unoeste, fisioterapeuta e pós-doutora pela USP
Dra. Renata Rossi Calciolari, docente da Unoeste, fisioterapeuta e pós-doutora pela USP

A palestra da Dra. Renata Rossi Calciolari, docente da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), fisioterapeuta e pós-doutora pela USP (Universidade de São Paulo), no TEDxUnoeste, começou com uma provocação simples, mas poderosa: "Será que esse plástico, ele é o vilão mesmo da história?". Usando o exemplo de um copo de água aparentemente limpa, a especialista desvendou a presença oculta de microplásticos, partículas menores que 5 milímetros, que nos cercam por todos os lados.

Surpreendentes fontes
de contaminação

Durante sua apresentação, a Dra. Renata revelou o quão comum é a ingestão de microplásticos, destacando fontes que jamais imaginaríamos. Ela questionou: "Será que o sushi que eu estou comendo, ele tem microplástico? E na lata de sardinha? E no mel? Será que esse mel puro de abelhas... ele está mesmo isento de substâncias tóxicas?".
A palestrante também trouxe à tona o uso de cosméticos e roupas sintéticas, que liberam micropartículas. "No carnaval, eu vou usar uma sombra com glitter... é microplástico também", alertou, reforçando que até mesmo o ato de lavar roupas contribui para a poluição do solo e da água. O impacto da poluição vai além do que se vê: "Foi feita uma pesquisa que demonstrou que está chovendo plástico".

Impactos na saúde
e no meio ambiente

Com uma abordagem de saúde humana, a Dra. Renata Calciolari mostrou como os microplásticos afetam diretamente nosso corpo. Eles já foram encontrados no sistema respiratório, digestivo e até mesmo no sistema nervoso central. A pesquisa aponta que essas partículas "são capazes de passar a barreira hematoencefálica", comprometendo órgãos vitais.
A especialista também ressaltou o impacto devastador no meio ambiente. Ela mencionou as "ilhas de plástico" no Pacífico, que se formam devido às correntes marítimas e têm um tamanho comparável ao da Alemanha. O alerta foi claro: "A vida marinha também está pedindo socorro".

Repensar o consumo 
e proteger o futuro

Diante de um cenário tão alarmante, a solução, segundo a Dra. Renata, não é viver sem plástico, mas usá-lo de forma consciente e racional. A pesquisadora propôs alternativas simples e acessíveis, como o uso de fibras naturais em roupas e esfoliantes caseiros em vez de produtos com microesferas de plástico.
A palestra encerrou com uma reflexão poderosa sobre as próximas gerações. "Será que a gente pode pensar nas gerações futuras e não pensar: 'Ah, daqui a pouco eu morro. Tá tudo certo'?". A frase final da palestrante resumiu o chamado à ação: "Microplásticos estão em todo lugar, mas nossa saúde não precisa ser descartável. Proteger-se é preservar o futuro".
 

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