O novo currículo de administração

OPINIÃO - Nancy Okada

Data 24/03/2022
Horário 05:00

Não é de hoje que o mercado e os cursos superiores precisam se unir para atingirem objetivos em comum e, assim, beneficiar a sociedade como um todo. Mas as propostas curriculares recentes abriram oportunidades ainda maiores.
Em outubro de 2021, foram publicadas no Diário Oficial da União as novas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso superior em Administração, pela Resolução 05 de 14 de outubro de 2021, do Conselho Nacional de Educação. Para os que não atuam na área acadêmica, as diretrizes, em síntese, sãoas bases legaisque norteiam o oferecimento dos cursos nas instituições de ensino no país. 
É possívellistar uma série de benefíciospara a sociedade, ligados diretamente a esta legislação. Ou seja, o que parece restrito ao ensino superior tem sim uma relação forte com toda comunidade.
Em primeiro lugar, as novas diretrizes trazem autonomia para os cursos de Administração em poder inserir conteúdos de interesse regional. Desta maneira, será possível direcionar a formação dos acadêmicos para as demandas de emprego existentes na própria região onde estudam.
Esta é uma importante contribuição, tendo em vista a preocupação com as diversas realidades nacionais do mercado de trabalho e as necessidades específicas regionais dos profissionais na área da Administração.
Dentre os ajustes às diretrizes, destaca-se ainda a necessidade da prática profissional obrigatória durante a formação acadêmica. Em outras palavras, seja em participações nas empresas juniores, seja na elaboração de planos de negócios ou pesquisas que conduzem às inovações, os estudantes devem em algum momento do curso “pôr a mão na massa”. 
Neste sentido, as empresas juniores são importantes aliadas à sociedade em geral porque atuam como consultoras de pequenas empresas, que muitas vezes não podem dispor de altos investimentos para um serviço assim. 
É uma via de mão dupla: as empresas juniores atendem às demandas dos pequenos empresários para a melhoria dos seus negócios e as empresas oferecem aos acadêmicos toda realidade de mercado, inclusive com os problemas e oportunidades vivenciados por elas. 
As empresas em geral são celeiros riquíssimos de experiências na área de gestão, compartilhados com os universitários, que por sua vez veem aberto um leque de oportunidades a serem exploradas.
Seja na aplicação dos conhecimentos adquiridos para a resolução dos problemas a partir das pesquisas científicas, ou na transferência de conhecimentos para a realidade empresarial num trabalho extensionista, esta soma resulta em grande valor para ambos os lados. 
Até porque, a prática profissional requerida nas novas diretrizes para a formação do administrador colabora no desenvolvimento das chamadas competências técnicas (hard skills), ou seja, o saber fazer, tão necessárias para a atuação decorrida a sua formação; além das competências emocionais (soft skills), indispensáveis para os relacionamentos interpessoais como as habilidades de se comunicar, de interagir, de liderar, entre outras, que só se adquirem com a prática. 
Enfim, é essencial que as universidades e as empresas articulem parcerias. Os dois lados só têm a ganhar e que deste processo resultem a presença de profissionais cada vez mais preparados, bem como a promoção do desenvolvimento regional com a sustentabilidade econômica e social. 
 

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