O perigo nas estradas em feriados prolongados

EDITORIAL -

Data 23/04/2025
Horário 04:15

As rodovias das regiões de Presidente Prudente, Dracena e Presidente Venceslau, que cortam 55 municípios ao longo de 1.530 quilômetros, voltaram a ser palco de episódios trágicos e preocupantes durante mais um feriado prolongado. A “Operação Feriados – Semana Santa e Tiradentes”, realizada pela Polícia Militar Rodoviária, evidencia aquilo que infelizmente se tornou rotina: o alto risco de trafegar em dias de intenso movimento nas estradas do interior paulista.
Em apenas cinco dias de operação, duas mortes foram registradas. A estatística ganha peso ainda maior quando se observa o conjunto de ocorrências: oito acidentes com vítimas, entre elas cinco em estado grave, além de oito feridos leves. Somam-se a isso outros oito sinistros sem vítimas, o que reforça a percepção de que as rodovias estão longe de serem apenas vias de passagem, tornaram-se também cenários de vidas interrompidas e famílias devastadas.
Mais do que os acidentes, os números das infrações revelam um comportamento perigoso e, por vezes, irresponsável por parte de muitos condutores. Foram 849 registros de excesso de velocidade, 177 ultrapassagens em locais proibidos, 98 casos de embriaguez ao volante, além de 331 motoristas autuados por não utilizarem o cinto de segurança. Há ainda a negligência com os passageiros mais vulneráveis: 18 infrações por ausência de dispositivos de retenção, como as cadeirinhas. A imprudência, infelizmente, se multiplica em momentos de maior fluxo.
A operação também teve papel crucial no combate ao crime. Em meio à ostensiva presença policial, cinco pessoas foram presas em flagrante, cerca de 118 quilos de drogas foram apreendidos, bem como uma arma de fogo e mais de mil itens de descaminho. A recuperação de um veículo produto de crime encerra a lista de ações que, embora meritórias, evidenciam o uso das rodovias como corredores para atividades ilícitas.
O cenário apresentado é um alerta claro: as rodovias continuam sendo armadilhas silenciosas quando não há consciência coletiva. É preciso, sim, mais fiscalização, tecnologia e presença policial. Mas é urgente, sobretudo, que os motoristas adotem uma postura responsável e empática. A direção segura não é apenas uma regra de trânsito, mas um ato de respeito à própria vida e à do outro.
Enquanto isso não for uma realidade, os feriados continuarão a ser momentos de celebração e de luto. E o que deveria ser descanso, torna-se tragédia.
 

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