O poder da empatia

OPINIÃO - Rosana Borges Gonçalves

Data 17/09/2022
Horário 05:00

Até algum tempo atrás, as doenças psicológicas eram pouco conhecidas. Ter saúde era sinônimo de ausência de doença física e sintomas fisiológicos concretos. Ansiedade excessiva, síndrome do pânico, depressão de forma simples, depressão de forma bipolar, dependência química, esquizofrenia, entre outras, são tão graves quanto qualquer outra doença física e necessitam de cuidados, que quando não observados, podem acarretar danos irreversíveis. 
Um dos desafios é o fato de nem sempre se perceber a doença psicológica, por ser algo pouco aparente. Muitos indivíduos não se dão conta de que possam estar precisando de ajuda especializada ou se recusam a aceitar que possam estar doentes. Segundo a Agência de inovação “Inova Unicamp“, atualmente, o diagnóstico de doenças mentais se dá por meio de avaliação dos pacientes, realizada por meio de entrevistas em consultórios psiquiátricos. Ou seja, não há nenhum tipo de teste clínico a ser aplicado, fato que pode ocasionar a demora e a imprecisão no diagnóstico dessas doenças, principalmente se o paciente não se conscientizar da importância em se descobrir seu diagnóstico.
Outro desafio é a falta de tratamento contínuo após a descoberta da doença, acarretando uma série de consequências fatais, não só ao paciente, mas também para suas famílias.  Segundo o centro de valorização à vida (CVV), especialistas identificam transtornos mentais na maior parte das pessoas que se suicidam ou que tentam fazê-lo. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida. Por ano, mais de 1 milhão de suicídios acontecem em todo o planeta. No Brasil, são registrados mais de 12 mil suicídios, e os números só têm aumentado nos últimos anos. 
Diante desta realidade, vemos a importância da conscientização sobre as enfermidades psicológicas que hoje é um problema a nível mundial. 
O primeiro passo é colocar-se no lugar do outro e ajudá-lo a superar estes momentos difíceis, incentivando-o a procurar por tratamento, vencendo assim os preconceitos a respeito da doença. Em seguida, cuidar para que seja feito o tratamento de forma contínua sem interrupções.  
Diante do exposto, que a empatia possa falar mais alto, pois só assim poderemos superar esta batalha, quase que invisível, quando se trata de enfermidades psicológicas. Olhar o outro com respeito e dignidade é crucial.
 

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