Entre os cerca de 25 mil soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que lutaram na Segunda Guerra Mundial na Itália, lá estava ele: o pracinha José Padilla Bravos. Sua saga é contada pelo jornalista e escritor Cláudio Amaral no livro "O Cabo e o Soldado" (José Arnaldo 100 Anos), já lançado em duas cidades: Marília e São Vicente.
Sogro de Amaral, Bravos era filho de imigrantes espanhóis e nasceu em Avaí. "Viveu a maior parte dos seus dias em Marília, lá morreu e está sepultado", lembra o autor. "Na Segunda Guerra Mundial defendeu as cores da pátria em 1944 e 1945, contra o nazismo de Hitler e o fascismo de Mussolini", observa o biógrafo.
"Viveu as amarguras e os sofrimentos da guerra. Lutou na memorável Batalha de Monte Castello. Nos campos de batalha os 25 mil soldados brasileiros ficaram sem dormir, sem banho e sem troca de roupas por meses", conta Amaral, acrescentando que o cabo Bravos "foi um militar exemplar, um homem honesto e duro, mas ao mesmo tempo, justo e um bom pai, bom marido".
Ao voltar ao Brasil, em meados de 1945, o pracinha trocou de nome, enfim, adotou um pseudônimo e passou a exercer outra profissão, bem mais fácil do que dar tiros em alemães. O cabo José Padilla Bravos virou o jornalista José Arnaldo, tão combativo quando o pracinha.
"Fixou residência em Marília, pois era lá que estava a maior parte da família dele. E em Marília viveu até 15 de agosto de 1999 (morreu aos 77 anos)", diz Amaral. José Arnaldo trabalhou por muito tempo em jornais, entre eles o "Correio de Marília". "Teve forças e coragem para trabalhar, escrever em defesa dos pobres e oprimidos por mais de 50 anos nas páginas de jornais diários, como o "Correio de Marília", observa Amaral, acrescentando que o livro é uma homenagem ao centenário de nascimento do cabo e jornalista, que primou pela "honestidade, dedicação e amor ao próximo, sem contar a fé em Deus".
P.S.: Os interessados em comprar o livro "O Cabo e o Jornalista" (José Arnaldo 100 anos) podem ligar para (11) 99995-7621 e 99943-3605. Boa leitura e toda honra e toda glória à FEB, o batalhão dos pracinhas. Em tempo: a cidade paulista de Pracinha tem este nome em homenagem aos pracinhas da FEB.
DROPS DO CLÁUDIO AMARAL
(observações do biógrafo sobre o pracinha-jornalista)
José Arnaldo era um cidadão sem meios termos: ou se amava ou se odiava ele.
José Arnaldo gostava de dizer: quem tem um, não tem nenhum.
Para o Cabo Padilla, amigo dele não tinha defeito; só tinha virtudes.
José Arnaldo foi convidado a ser vereador, deputado, prefeito, mas nunca aceitou; nem título de cidadão de Marília.