O primeiro passo para 2026: gerenciar melhor o seu estresse

OPINIÃO - Osmar Marchioto Jr.

Data 31/12/2025
Horário 04:30

Todo fim de ano carrega uma energia peculiar. Ao mesmo tempo em que celebramos conquistas e trocamos votos de felicidade, também lidamos com pendências, cobranças e aquele cansaço que parece não caber na agenda. A cabeça gira em torno de listas, promessas e metas. E, no meio disso tudo, lá está ele: o estresse.
Não é preciso eliminar o estresse para ter saúde. Ele faz parte da vida. O que muda é a forma como nos relacionamos com ele. Algumas pessoas entram em 2026 decididas a evitar qualquer sinal de tensão, como se isso fosse possível. Outras compreendem que o segredo talvez esteja menos em escapar e mais em aprender a lidar. Com mais clareza, com mais recursos e com mais leveza.
Uma revisão publicada na revista científica JAMA reforça o que muita gente já pressente no corpo. Viver em estado constante de tensão não combina com bem-estar. A ansiedade, que pode se manifestar como preocupação exagerada, dificuldade para relaxar, irritação ou sensação de aperto no peito, não é apenas um incômodo psicológico. Ela afeta a forma como dormimos, comemos, nos relacionamos e até como o coração funciona. Mas o foco aqui não é gerar preocupação. É inspirar reflexão e mudança.
Se existe uma resolução de ano novo que merece espaço, talvez seja esta: ampliar o repertório pessoal de enfrentamento do estresse. Em vez de lutar contra ele ou fingir que não existe, podemos aprender a reconhecer seus sinais, entender como ele se manifesta em nossa rotina, e desenvolver respostas mais saudáveis.
Isso começa com pequenas observações. Como você percebe que está ficando estressado? Vem uma dor na nuca? Uma insônia que insiste? Aquela aceleração de pensamentos antes de dormir? Esses sinais, muitas vezes ignorados, são recados do corpo pedindo atenção. Ao notá-los, temos a chance de intervir antes que tudo se acumule.
Criar um kit pessoal de estratégias é um passo valioso. Pode incluir pausas ao longo do dia, caminhadas sem pressa, conversas com pessoas confiáveis, organização do tempo com mais realismo, atividades que tragam presença, como cozinhar, ouvir música ou cuidar de plantas. São hábitos simples que, repetidos com intenção, ajudam a regular o que sentimos e como reagimos.
Vale lembrar que combater o estresse não significa estar sempre calmo. Não se trata de alcançar um estado permanente de serenidade. É sobre desenvolver flexibilidade emocional. É ter mais recursos para lidar com os altos e baixos da vida. Isso se aprende com prática, autoconhecimento e paciência.
O ano que começa pode trazer desafios, como todos os outros. Mas também pode ser um campo fértil para cultivar escolhas diferentes. Escolhas que protejam sua saúde, suas relações e sua energia. Escolhas que façam sentido para você.
Em vez de desejar um 2026 perfeito, talvez valha desejar um ano mais consciente. Um ano em que você não apenas enfrente o estresse, mas aprenda a escutá-lo, a cuidar melhor de si mesmo e a responder com mais equilíbrio. Esse caminho começa agora. 
 

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