Que o Brasil se encontra numa situação econômica difícil não é segredo pra ninguém. E que muitos brasileiros vivem no limite do orçamento, também não. Mais do que nunca, nestes momentos é preciso saber onde e como gastar o seu tão suado dinheiro. Mas, calma. Respira e leia atentamente as orientações do professor universitário, PhD em Economia, Alexandre Bertoncello, 49 anos, que vai explicar sobre as formas de conseguir fazer uma reserva financeira. O quanto a palavra “privar” é importante para tal. “O mais importante, talvez por isso as pessoas se boicotam tanto, é entender que guardar, fazer esse investimento significa privação”, diz o economista.
Você deve viver se perguntando quais são as melhores formas de estabelecer uma reserva financeira. Por que será que o vizinho, um parente, um amigo consegue e você não? Vive no vermelho. Bom, vamos lá. Alexandre explica que o primeiro passo é definir qual o tipo, o tamanho dessa reserva. De acordo com ele, uns colocam que tem que ter pelo menos três meses de despesas domésticas. Outros seis meses, alguns um ano. E estabelecer essa meta. Mas, o mais importante, talvez por isso as pessoas se boicotam tanto, é entender que guardar, fazer esse investimento significa privação.
“O nosso cérebro precisa estar consciente de que estamos nos privando de alguma coisa hoje para no futuro ter algo melhor. Ou não passarmos por problemas ainda maiores que os atuais. Se eu entender isso, consigo estabelecer essa reserva”, salienta o economista.
O professor menciona que as despesas inesperadas ocorrem sem o nosso controle, e acontecem quando menos se espera. Mas elas são mais maleáveis, ou seja, é possível negociar mais quando se tem algum tipo de “colchão”. Ele convida a imaginar assim: se surge um problema de saúde na família, ou o carro quebrou e você tem essa reserva, o seu emocional fica mais forte para conseguir lidar com as decisões.
Quando ocorre o inesperado e não tem reserva nenhuma, você tende a aceitar qualquer tipo de acerto ou de preço, porque está completamente vulnerável na decisão. Se tiver que pagar R$ 10, R$ 1 mil ou R$ 10 mil no conserto do carro e o seu saldo está negativo na conta, é tão ruim quanto.
“Em um primeiro momento, essa reação, chamada na economia de comportamento irracional, pode levá-lo a pensar que R$ 1mil dividido em seis vezes é melhor do que R$ 100 à vista. Se você tivesse o dinheiro não tomaria esta decisão. Então, o inesperado não é um problema, não ter como negociá-lo é o problema”, explica o economista.
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Alexandre Bertoncello é professor universitário, PhD em Economia
Um dado importante, e que conforme o economista deve ser salientado, é que existem duas formas de conseguir essa reserva. A primeira é se privar de algo para no futuro ter uma garantia. A segunda é tentar melhorar o outro lado que é a renda, que pode ser com um melhor emprego, ou mais de um emprego. Ou simplesmente com um investimento na educação que naturalmente vai lhe proporcionar melhores salários.
“O brasileiro precisa entender que todo salário é fruto de uma produtividade. E quanto maior é o nível educacional da pessoa, mais produtiva ela é na sociedade e, por consequência, melhor remunerada também”, enfatiza.
Papai da Manoella, a Manu, seis meses de vida, casado com a engenheira civil que atua como auxiliar de projetos do DER (Departamento de Estradas e Rodagem), Maisa Lais dos Santos Cadista, o coordenador de vendas e microempresário no ramo de bebidas, Rudd de Oliveira, 30 anos, pensa bem em garantir o futuro financeiro da sua família. “Tenho uma reserva em que todo mês coloco um pouco de dinheiro. E sempre deixo uma ‘gordura’ para algum tipo de imprevisto. Normalmente os meses são complicados, mas sempre separo o dinheiro das contas fixas e deixo uma sobra para eventuais situações inesperadas”, frisa o microempresário.
Confiante, Rudd diz que acredita que por ser ano eleitoral e também de Copa do Mundo, a situação tende a melhorar em alguns setores ainda em 2022. “Quando tem Copa, o consumo de bebidas e festas sempre aumenta. Então, para nós, as expectativas são positivas”, pontua.
Deise dos Santos Oliveira, 32 anos, esposa do vidraceiro Onicley Aparecido Schiavon, pais da pequena Gabriela, de 2 aninhos, é vendedora autônoma entre diversos produtos, de cosméticos, lingerie... Segundo a vendedora, seu objetivo hoje é investir em seu negócio próprio e, como trabalha com venda direta, investe em produtos para ter à pronta entrega, e assim aumentar sua renda cada vez mais.
Pode não ser sempre, mas imprevistos podem acontecer a qualquer momento. E nesse sentido, quando surgem despesas inesperadas, Deise diz que se perde às vezes. “Mas nada de desespero [risos]. Acredito que, como muitos, em alguns momentos temo que o dinheiro não dê até o final do mês. Está tudo muito caro e aumentando cada vez mais. E para tentar contornar isso, trabalho com mais intensidade, procurando dar o melhor de mim nas vendas para meus clientes e conquistar novos”, destaca Deise.
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Rudd sabe como garantir bem o futuro financeiro da sua família
Deise investe com trabalho árduo para realizar o sonho do seu negócio próprio
