Possivelmente, durante o mês de maio, você ouviu falar em algum lugar sobre o Global Big Day, evento mundial de observação de aves que ocorre anualmente. Nessa data, observadores de aves de todo o mundo — amadores e profissionais — saem a campo para registrar o maior número possível de espécies em um único dia. Os dados coletados são inseridos em uma plataforma digital e alimentam uma ampla base global de ciência cidadã.
Atividades como essa são extremamente valiosas para ajudar pesquisadores a entender padrões de migração, distribuição e comportamento das aves. Além disso, promovem educação ambiental, turismo sustentável e conscientização sobre a importância da conservação das espécies e dos habitats naturais.
Ver o tema sendo enaltecido pelas grandes mídias me trouxe alegria — e também saudade. Conheci a observação de aves em 2019, quando fui até a cidade de Panorama para fotografar a região em uma reportagem. Acompanhada de amigos biólogos, tive meu primeiro contato direto com a prática e me encantei. A partir dali, com ou sem uma câmera nas mãos, comecei a incluir o hábito na minha rotina.
Mas foi também a rotina que, aos poucos, me afastou de estar em meio à natureza com os olhos atentos e os ouvidos “abertos”. Ainda assim, sempre que posso, enalteço a observação de aves e a importância de nos reconectarmos com o meio ambiente.
Que conhecer o Global Big Day não seja apenas uma curiosidade passageira, mas um convite à reflexão. Em tempos de mudanças climáticas, desmatamento e desequilíbrios ambientais, atividades como essa nos lembram do quanto estamos — ou deveríamos estar — conectados à natureza. Que a beleza das aves e de todos os animais em liberdade desperte em nós o compromisso com a preservação do planeta. Porque cuidar do meio ambiente é, no fim das contas, cuidar da vida em todas as suas formas.
