O que o morango do amor ensina sobre liderança inovadora

OPINIÃO - Sérgio Nascimento

Data 03/08/2025
Horário 05:30

Quando criança, vivi de perto o valor da terra, da simplicidade e do trabalho coletivo. Cresci em meio à roça e, ali, aprendi desde muito cedo que nada acontece por acaso: plantar exige preparo, paciência e confiança ao tempo da colheita. Essa vivência me mostrou que resultados consistentes não se constroem de um dia para o outro, mas com disciplina, resiliência e visão de futuro.
Acredito que inovação não está apenas na tecnologia, mas no olhar atento ao que parece simples. Recentemente, a chamada “onda do morango do amor” me trouxe essa lembrança. Um fruto comum, acessível e delicado ganhou protagonismo inesperado, tornando-se símbolo de afeto e conexão entre os brasileiros. O morango em si não mudou. O que mudou foi a forma como passou a ser percebido.
É exatamente esse exercício de percepção que diferencia líderes e organizações criativos. Inovar é encontrar significado onde outros só veem rotina. É transformar o ordinário em extraordinário, criando valor que conecta, inspira e permanece.
No mundo dos negócios e da liderança, precisamos cultivar essa mesma sensibilidade. Já não basta mais entregar resultados; é preciso criar valor sustentável, que resista ao tempo e seja capaz de inspirar pessoas.
Engana-se quem pensa que liderar é apenas delegar. Ser um líder é ter coragem para enxergar oportunidades em cenários desafiadores, é antecipar tendências sem perder a essência, é acreditar no potencial humano.
Assim como no campo, não existe colheita sem cuidado constante. Processos e tecnologia são importantes, mas só fazem sentido quando estão a serviço de algo maior: a transformação de vidas. 
O “morango do amor” nos lembra que o extraordinário pode nascer de algo singelo. O desafio é manter os olhos atentos para reconhecer oportunidades e a humildade de aprender continuamente, seja com o mercado, com a equipe ou com a própria trajetória.
Afinal, o futuro da liderança será escrito por quem souber unir performance, pessoas e propósito. E, nesse caminho, nunca devemos esquecer de onde viemos. É na simplicidade das origens que encontramos as respostas mais inovadoras para os desafios do amanhã.
 

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