OAB pleiteia suspensão cautelar de acusadas

Conforme Arteiro, as possíveis sanções que poderiam ser aplicadas neste caso são a suspensão ou até mesmo a exclusão da dupla do quadro de advogados, deixando-as impedidas de atuar.

 

Diante da "gravidade e repercussão" dos fatos envolvendo as advogadas Djenany Zuardi Martinho, 37, e Marcella Cristhina Pardo Strelão, 37, a 29ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Presidente Prudente, pediu a suspensão cautelar da inscrição das profissionais. As advogadas atuavam em Regente Feijó e foram presas, no final da tarde de anteontem, acusadas de cometer os crimes de apropriação indébita qualificada, falsificação de documento público e uso de documento falso – todos envolvendo atos fraudulentos e de estelionato contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Como explica o presidente da subseção, Rodrigo Lemos Arteiro, o pedido foi feito ao Tribunal de Ética e Disciplina da entidade, em caráter de urgência, e espera-se que ele seja apreciado em breve. O representante da OAB de Prudente ainda destaca que será assegurado às advogadas o amplo direito à defesa, ou seja, elas terão a oportunidade de explicar-se antes que qualquer decisão seja tomada.

Conforme Arteiro, as possíveis sanções que poderiam ser aplicadas neste caso são a suspensão ou até mesmo a exclusão da dupla do quadro de advogados, deixando-as impedidas de atuar.

As acusadas foram detidas às 17h30 de terça-feira através de uma ação da Polícia Civil, durante diligência até as residências das duas advogadas. Após receberem voz de prisão, ambas foram conduzidas à delegacia de Regente, e depois seguiram na mesma noite para a cadeia de Dracena, onde aguardavam – até a manhã de ontem – a transferência para a Penitenciaria Feminina de Tupi Paulista.

 

Apreensão


Durante a ação, a Polícia Civil ainda apreendeu três automóveis de luxo – um Toyota/Corolla preto e outro vermelho e um Hyundai/Tucson branco –, uma moto Honda/Fan 150, R$ 6,6 mil em dinheiro, um computador, um notebook, celulares, agendas, um aparelho de som, um compressor e outros objetos e documentos diversos.

Fora isso, foi identificado que as advogadas possuem, cada uma, uma residência financiada, além de uma casa em um condomínio particular na represa de Martinópolis, no nome de Martinho, e um terreno, também no mesmo condomínio, de propriedade de Strelão.

Na manhã de ontem, agentes da Polícia Civil recolhiam mais equipamentos nas residências das acusadas. De acordo com o delegado Claudinei Alves, responsável pelo caso, outro veículo, um Citroën/C4, também foi identificado como sendo de uma das detidas e, assim como os demais, seria recolhido para a delegacia.

As apreensões, conforme pontua Alves, vão permanecer no órgão público e servem para "satisfazer" os prejuízos e débitos que ambas causaram aos clientes.

 

Defesa


Renato Antônio Pappotti, advogado de defesa da dupla presa, diz que protocolará hoje, na comarca de Regente, um requerimento pedindo a liberdade provisória das advogadas. Em caso de negativa, ele adianta que irá ao TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) buscar um habeas corpus, com vistas a garantir que suas clientes respondam ao processo em liberdade.

 
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