Os talentos e o mercado de trabalho

OPINIÃO - Glauco Ruiz

Data 16/12/2021
Horário 05:00

Com a intenção de inserir você, leitor, no contexto do assunto, vou iniciar o texto com um pequeno desvio do tema, para que, posteriormente, possamos refletir melhor sobre a realidade do mercado de trabalho atual.
Vou usar como exemplo o futebol, onde o jogador inicia brincando, depois começa a treinar e por fim vira atleta. Em um primeiro momento vira amador e posteriormente, profissional. Nessa longa trajetória, o atleta começa a praticar a atividade esportiva desde a infância. Vai se aprimorando e desenvolvendo seus talentos, suas habilidades. Em paralelo, existe um apoio técnico, psicológico, físico e nutricional muito fortes. E o que isso tem a ver com o mercado de trabalho? Não damos esse tipo de oportunidade a outras profissões.
Vivemos um momento em que estamos precisando de mão de obra qualificada. Nas diversas áreas de tecnologia da informação então, nem se questiona. É preocupante a falta de profissionais para atender as demandas que surgem a cada dia. Empresas de qualquer porte estão sentindo na pele a grande movimentação do mercado. Com o amadurecimento do home office, empresas de grandes capitais começaram a buscar profissionais em cidades menores. Além disso, temos visto empresas de fora do país recrutar nossos profissionais. 
Tudo isso gerou o que tenho chamado de colapso no mercado de trabalho e, pior, a tendência é que isso aumente. Alguns tipos de negócios correm riscos por conta da falta de mão de obra especializada.
Então, como fazer para tentar mitigar os problemas que têm sido causados por conta desse novo fator e por que mencionei acima um atleta de futebol? Existem várias ideias e sugestões que podemos debater, o assunto é bem amplo. Mas uma iniciativa tomada por um grupo de pessoas, com a convicção de que vai gerar frutos em curto espaço de tempo, foi a de criar uma parceria junto a Faculdade de Informática de Presidente Prudente, a Fipp Unoeste. O objetivo é aprimorar as qualidades dos alunos para que possam se inserir no mercado de trabalho já durante a graduação.
Esse tipo de parceria disponibiliza dentro da universidade uma sala com alunos que possam desenvolver suas soft e hard skills, ou seja, a empresa prepara o aluno (em formato de estágio e com salário), aprimora sua parte técnica, capacita seu lado profissional e assim que tiver preparado, o aluno pode ser incorporado dentro do ambiente corporativo, já como um colaborador.
Para as diversas áreas de tecnologia, cursos como Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Gestão da Tecnologia da Informação, Jogos Digitais, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Sistemas para Internet e Redes de Computadores, são de extrema importância para o contexto do momento e do que está por vir. Isso, para os alunos, é de fundamental importância, assim como para as empresas, por isso o conceito de parceria, o famoso ganha-ganha. 
Nossos jovens sofrem com a falta de experiência e inteligência emocional, exigidos pelo mercado de trabalho. Quando afirmamos que existe falta de qualificação profissional, é sobre isso que falamos. Existem milhões de desempregados no país, mas quem está apto a assumir as demandas das empresas? 
Então, por que não os qualificar e preparar? No futebol, aprendem praticando desde pequeno, mas, nas demais profissões, nem sempre essa oportunidade existe. Creio que esse seja um ótimo caminho para que as empresas possam ter suas demandas atendidas. A universidade sempre será o melhor caminho para o aprendizado.

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