Pé 

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que não fica em cima do muro

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 16/06/2022
Horário 05:30

Falo de pé, porém, sentado diante do computador e, mesmo com este jogo de palavras desajeitado no início, vou logo dizendo que há trabalhadores que ganham a vida com os pés. Estão aí, por exemplo, o Messi e o Neyoceano, quer dizer, Neymar, que não me deixam desmentir. Com o pés, eles fizeram o pé-de-meia e não foram atrapalhados pelo pé de atleta, o fungo que ataca o pé.
Bem, como parece que vai dar pé, prossigo, com pé de galinha na cara, narrando essa sandice, destacando pé pra mais de metro, pois pé é o que não falta, como metáfora, em muitas expressões populares. Nem todo mundo tem vocação para pé de boi, como é chamado o sujeito que trabalha demais.
Há aqueles, os amigos do alheio - sem a mencionada vocação -, que não dispensam o pé de cabra para roubar, o que, para eles, pode ser mais fácil do que pegar no batente.
E o que dizer do alcoólatra, que adoraria ver a água virar vinho e garapa virar cachaça? Tremendo pé de cana e, na maioria dos casos, um pobre pé de chinelo, o que é melhor que pé descalço. Não é minha intenção levar tudo ao pé da letra, mas agora falo do pé de valsa, o dançarino que adora baile. Ou adorava até porque os tempos, agora, estão estranhos e o pé de valsa parece fora de moda. Quem dança mesmo na atual conjuntura não é tanto o pé de valsa: é o pé de funk, que, aliás, também "dança na horizontal" e costuma pagar carreto à cegonha nove meses depois.
Quando a seca está braba, sem água até para os pingos nos is, o roceiro pede para São Pedro mandar chuva, nem que seja um pé d´água, a chuva forte e rápida, de preferência sem pé de vento. Não posso esquecer de mencionar o pé-frio e o pé quente. Ao primeiro recomendo meias de lã e ao segundo, calmante ou gelo na sola. Como diria aquele juiz, não vem ao caso citar celebridades consideradas pés-frios, como certo roqueiro inglês e certa cantora brasileira.
E o motorista pé de chumbo? A coisa pode se complicar se ele meter (epa!) o pé na tábua, confiando na máxima "fé em Deus e pé na tábua", como diria Adhemar de Barros. De todo tipo de pé, nessas expressões consagradas pelo povo, o mais incômodo é o pé na... oh, céus, como direi?, enfim, o pé no glúteo ou o pé naquela saliência traseira do corpo, às vezes avantajada, cujo nome popular, talvez não chulo, começa com a letra B, prossegue com a letra U, segue com N, emenda num D e termina com A. Optei pelo "recurso" porque este é um jornal de família e eu também sou um rapaz de família.
Outra situação incômoda é a daqueles velhinhos, de provecta idade, que a ironia popular diz que estão com o pé na cova, o que só faz aumentar o faturamento das funerárias. Ah, quase me esqueci do pé de coelho e, sobre tão palpitante assunto, palpito que se pé de coelho desse sorte o próprio coelho não seria abatido para a pata virar chaveiro.
Espero não ter enfiado o pé no Jucá, quer dizer, na jaca - ou metido os pés pelas mãos - e, se extrapolei, podem pegar no meu pé, desde que sejam belas pedicures que me ofereçam pé de moleque e dancem comigo um arrasta-pé.

DROPS

Era magro, mas fazia regime por causa do peso na consciência.

Quem badala tem complexo de sino.

Filme da semana no Cine Brasil: "Os Britos também amam".

Se o aquecimento global continuar nesse ritmo, vamos acabar vendendo geladeira para esquimó.

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