Pesquisadores encontram fósseis de nova espécie de dinossauro

Atualmente, os fósseis encontram-se no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

PRUDENTE - Ynaiê Botelho

Data 02/09/2013
Horário 08:43
 

Presidente Prudente agora pode ser considerada a cidade origem de uma nova espécie de dinossauro.  Trata-se do Brasilotitan nemophagus, como foi batizado o titanossauro, cujos estudos apontam que viveu no período Cretáceo. A descoberta, resultado de uma parceria entre o paleontólogo do Museu de Paleontologia de Marília, William Nava, e pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi publicada em agosto, em um artigo do periódico científico internacional Zootaxa. Conforme o paleontólogo, o dinossauro encontrado tinha de oito a nove metros de comprimento e, por enquanto, é considerado a menor espécie brasileira de saurópode, como eram conhecidos os dinossauros quadrúpedes de pescoço longo e comedores de plantas.

A nova espécie foi detectada com base em fragmentos da mandíbula, coluna, pelve e outros ossos pertencentes a uma criatura que viveu há aproximadamente 80 milhões de anos. Tanto o responsável por achar os fósseis na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), na altura do quilômetro (km) 571, quanto a doutoranda Elaine Machado, do Museu Nacional da UFRJ, que analisou a anatomia do saurópode, resgataram os fósseis da ampliação de um trecho da rodovia. "No ano 2000, quando passava por Presidente Prudente, notei que em um terreno próximo à rodovia havia alguns blocos de arenito que tinham sido retirados do local. Resolvi então investigar e voltei em 2004. O material ficou comigo e encaminhei para pesquisa da UFRJ, onde os fósseis foram preparados e estudados por oito anos", completa Nava.

Além dos fósseis do Brasilotitan, o paleontólogo recolheu entre as rochas à beira da estrada diversos dentes de dinossauros carnívoros e crocodilos primitivos, peixes pré-históricos, esqueletos de tartarugas, entre outros resquícios que comprovam, segundo o paleontólogo, o rico ambiente da região. "Marcas que parecem ser de dentes de animais que se alimentaram do dinossauro foram detectadas no osso do quadril do Brasilotitan. Porém, não temos certeza se foram predadores que o mataram ou se necrófagos", explica. Segundo ele, os dentes fossilizados são relativamente comuns no oeste paulista e servem como prova de que predadores viviam na região junto com os titanossauros e se alimentavam deles ou de suas carcaças.

Nava destaca a importância do material encontrado: "A descoberta não só mostra uma nova espécie de dinossauro para o Brasil e para o mundo, como também reforça a ideia de que a região do oeste paulista possuiu uma fauna diversificada de animais pré-históricos", completa.

Atualmente, os fósseis encontram-se no Museu Nacional do Rio de Janeiro. "Até o final da pesquisa o dinossauro ficará por lá e depois seguirá para Marília, onde não será exposto por se tratar de um material único de uma nova espécie. Entretanto, estará à disposição de pesquisadores que queiram realizar estudos sobre o Brasilotitan", finaliza.

 

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