Plantas aromáticas: uma alternativa interessante

OPINIÃO - Ana Claudia Pacheco

Data 03/03/2022
Horário 05:00

Os óleos essenciais (OEs) são metabólitos produzidos pelas plantas denominadas aromáticas, formados por misturas de substâncias voláteis e que podem ser extraídos das folhas, flores, caules, rizomas e raízes. Nas plantas, estes compostos exercem importantes funções de defesa contra patógenos e insetos, atração de polinizadores e fungos simbiontes e proteção contra estresses ambientais. Entre as diferentes espécies de plantas aromáticas, podemos citar a lavanda, o hortelã, a sálvia, o manjericão, o alecrim, a carqueja, o capim limão e a citronela, dentre outras. 
A produção de OEs é influenciada pela genética, estágio de desenvolvimento, condições de solo e fatores ambientais. Muitos deles possuem atividade biológica, tais como inseticida, larvicida, antifúngica, anticancerígena, antiespasmódica, analgésica e anti-inflamatória. Por isso, algumas plantas aromáticas são também medicinais. Os OEs são de grande interesse para as indústrias farmacêutica, alimentícia, cosmética, perfumaria e de defensivos agrícolas.
O cultivo de plantas aromáticas e medicinais no Brasil é realizado por pequenos produtores organizados em cooperativas/associações ou em parceria com empresas que comercializam extratos de plantas ou óleos essenciais. O crescente interesse do setor produtivo por novos produtos nos diferentes segmentos, em especial das áreas de cosmética e perfumaria, constitui importante nicho de mercado para a exploração comercial dos OEs. A capacitação dos produtores rurais e a formação de profissionais da Agronomia especialistas são essenciais para alavancar o cultivo de plantas aromáticas e produção de OEs. 
As informações agronômicas sobre as diferentes espécies cultivadas são muitas vezes insuficientes para permitir o manejo adequado da cultura e maiores ganhos em produtividade. O emprego de novas tecnologias na produção de plantas medicinais se faz necessário, devido à demanda crescente pelos OEs nos mercados interno e externo. Os estudos científicos realizados nas universidades e centros de pesquisa visam atender a essa necessidade.
A região do oeste paulista apresenta condições de solo e clima favoráveis ao cultivo de diferentes plantas produtoras de OEs, como o capim limão, a citronela, o vetiver, o alecrim e o gerânio. Tais espécies ainda possuem a vantagem adicional de se adaptar a solos degradados, apresentar fácil manejo e permitir várias colheitas por ano; apresentando-se como uma excelente alternativa de renda para a agricultura familiar. O resíduo sólido gerado no processo de destilação dos OEs pode ser utilizado como fonte de energia (produção de biodiesel ou abastecimento de caldeiras) e como fertilizante orgânico, num exemplo claro de economia circular. 
Neste sentido, o desenvolvimento da cadeia produtiva de OEs e plantas aromáticas na região pode incrementar a geração de empregos e de receita para os municípios. Para tanto, torna-se necessáriaa união de esforços entre associações de produtores, poder público, universidade e indústria; os quais são os principais agentes envolvidos.
 

Publicidade

Veja também