Polícia Civil investiga caso de rapaz que estava há dois anos trancado dentro de imóvel em Prudente

Mãe, 43 anos, e pai, 52 anos, do jovem alegaram que o mesmo é agressivo e estava isolado, mas que era alimentado e medicado todos os dias

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 21/07/2025
Horário 14:33
Foto: Reprodução/redes sociais
Policiais militares encontraram homem preso em imóvel gritando por socorro
Policiais militares encontraram homem preso em imóvel gritando por socorro

A Polícia Civil de Presidente Prudente investiga um caso de abandono de incapaz envolvendo um rapaz, de 22 anos, que era mantido trancado em um imóvel no Parque Castelo Branco, há cerca de dois anos, por sua mãe, 43 anos, e seu pai, 52 anos.

Acionada pelo telefone de emergência 190, a Polícia Militar encontrou o jovem preso na casa, gritando e pedindo por socorro, na tarde de sábado, quando ele foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da zona leste, onde permaneceu sob atendimento médico. Localizados, os genitores confessaram que o rapaz tinha sido alojado em tal residência por ele ser violento e alegaram que levavam comida e medicamentos para ele todos os dias.

De acordo com o Boletim de Ocorrência sobre o caso, para entrar no imóvel, os oficiais tiveram que forçar um portão e arrombar uma porta. Constataram então os policiais militares que havia um colchão e um cobertor no local. A casa, no entanto, estava suja e com fezes espalhadas pelos cômodos. Notaram ainda que não havia alimentos, chuveiro nem vaso sanitário na residência, apenas uma garrafa pet e uma ligação de energia puxada de um vizinho.

O registro revela que outros moradores do entorno do imóvel informaram os PMs que o homem estava sendo mantido no imóvel há cerca de dois anos e que passava o dia todo gritando. “[Os genitores] alegaram que ele não tinha condições de morar com eles e seus outros familiares, pois ele os agredia. Mas, todos os dias levavam comida e remédios para o mesmo, o qual estava sendo tratado por psiquiatras”, expõe o BO.

“Quanto ao fato da casa estar fechada, os genitores alegaram que era para a segurança dele e dos vizinhos, pois ele poderia fazer mal para alguém e ser agredido, como já tinha sido feito uma vez”, complementa o documento.

Detalhes da investigação
A fim de apurar as reais circunstâncias dos fatos, a Polícia Civil requisitou perícia para o imóvel onde o rapaz foi encontrado a fim de constatar as condições gerais e de salubridade do local, e recolheu fotos e gravações apresentadas pelos PMs que atenderam a ocorrência. “Diante do aqui apresentado, foi registrado o presente boletim, com tomada das oitivas dos que aqui se fizeram presentes, sendo os genitores liberados, uma vez a dependência de mais elementos de prova para uma análise concreta da situação, evitando-se juízo de valor equivocado, com prejuízos insanáveis para os envolvidos”, detalhou o BO.

O caso será encaminhado para a delegacia da área do fato, para prosseguimento às apurações, com a execução de oitivas de testemunhas, o recebimento do laudo do IC (Instituto de Criminalística), bem como o resultado do médico legal que ateste se o jovem teria ou não domínio sobre sua própria condição psicológica e física, “sendo, portanto, capaz ou não de se defender de eventuais riscos resultantes da situação em que se encontrava”.
 

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