Na primeira semana da Campanha de Vacinação Antirrábica em cães e gatos, em Presidente Prudente, foi registrada baixa de 23% na procura, em relação ao mesmo período do ano passado. Desta forma, a expectativa do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) é que a busca pelas doses aumente nos próximos dias. Nesse sentido, a meta estabelecida pelo Estado é de que, no mínimo, 80% da estimativa populacional de 41.604 cães e 4.847 gatos sejam imunizados até o fim da campanha, no dia 29 de agosto. Para tal, 28 mil doses foram fornecidas e quase 80 postos volantes passarão pelos bairros da cidade. Apesar da baixa, o CCZ não informou quantos animais foram imunizados nesta primeira semana da ação.
O motivo da diminuição na procura, segundo o coordenador do centro, veterinário Célio Nereu Soares, é a “falta de conscientização” das pessoas em relação aos perigos de possuir um animal não vacinado, pois ele pode contrair o vírus da raiva e propagar a outros cães, gatos e também aos humanos. “Com a vacina, os animais não vão pegar a doença. As pessoas precisam saber que raiva não tem cura e pode levar a óbito”, pontua.
Além da vacinação, os agentes dos postos volantes também estão aproveitando a aglomeração de animais para verificar se todos possuem o chip de cadastro, bem como realizar a coleta de cerca de 100 amostragens de sangue por dia, em cada ponto, para posterior análise. Com isso, o CCZ busca ter maior controle da leishmaniose. Em relação a isso, o coordenador informa que há 55 mil cães chipados no munícipio, porém, não se sabe se esse número ainda é atual, pois “iniciou-se há oito anos e, desde então, alguns animais podem ter falecido e os donos não informaram”. Assim como no ano passado, a estimativa é de que 8 mil exames sejam realizados, sendo considerado um “volume razoável para 30 dias de campanha”, considera o coordenador.
Posto volante
Na tarde de ontem, a reportagem esteve no posto instalado em frente à Escola Municipal Professor Ivo Garrido, no Jardim Mediterrâneo, para verificar o movimento da campanha. E em questão de minutos dezenas de cães e gatos compareceram ao local junto de seus donos. O aumento no movimento também é notado pelo agente de apoio de zoonose, Rodrigo de Carvalho Dias, o qual ainda relata que quando o movimento está intenso, é necessário distribuir senhas aos que comparecem até às 16h, caso contrário, extrapolam no tempo de serviço. “Quando chegamos já tinha gente esperando e ainda vamos embora fora do tempo previsto”, contou.
Segundo o agente, a raiva é uma doença que está controlada no munícipio, mas não erradicada, diferente do que ocorre com a leishmaniose, que teve grande incidência ultimamente. Por isso, reforça as condições para o animal receber a dose. “Tem que ter mais de seis meses, estar sadio, não pode estar prenha, nos caso das fêmeas, estar utilizando a coleira e focinheira, para cachorros de grande porte”.
Como de costume, o aposentado Desiderio Ferrari, 64 anos, compareceu ao posto com a sua micropoodle Julie, para continuar com a carteirinha em dia, assim como faz desde que a adquiriu. Outra que também esteve presente para cuidar da saúde de seu animalzinho foi a recepcionista Lindinalva Rodrigues, 54 anos, que considera o Max, seu cachorro, como parte da família. “Temos a obrigação de cuidar dos animais, eles nos fazem companhia, cuidam da casa. Ele [o cachorro] ainda é dócil e brincalhão”, comenta.
Já o estudante Guilherme Alcantara Santana, 25 anos, ficou sabendo da campanha pela tia e logo foi ao posto. Para isso, precisou ir acompanhado da irmã e prima para conseguir vacinar seus três animais de estimação. “Geralmente, eles não dão trabalho, mas ficaram assustados com os outros cachorro. Mesmo assim, é preciso dar a vacina para cuidar da saúde deles, que também são da família”, conta.
Em meio aos cães, Elisabete Kaletta de Moraes, repositora de 50 anos, levou sua gata para tomar a vacina e permanecer com a saúde de qualidade. Ela conta que cuida da felina como se fosse sua filha. “Tem que cuidar igual uma criança”, expõe.