Problemas respiratórios aumentam demanda de pacientes em 30%

Entre os diagnósticos mais corriqueiros estão a rinite alérgica, rinossinusite, asma, pneumonia e otite, além de resfriados comuns

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 26/06/2018
Horário 06:37
José Reis - Expectativa é que número de atendimentos na unidade cresça mais em julho e agosto
José Reis - Expectativa é que número de atendimentos na unidade cresça mais em julho e agosto

Junto com as baixas temperaturas trazidas pelo inverno está também a queda na umidade relativa do ar, principal colaboradora na ocorrência de diversas doenças e problemas respiratórios. Na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Ana Jacinta houve aumento de 30% na demanda desses casos nos últimos 30 dias. Resultado de 90 atendimentos de crianças (de 6 a 10 anos) e cerca de 150 adultos a mais do número habitual. Entre os diagnósticos mais comuns da época, o médico diretor-técnico da unidade, Caio Lima, destaca: rinite alérgica, rinossinusite, asma, pneumonia e otite, além de resfriados comuns.

De acordo com Caio, as queixas respiratórias nesta época aumentam principalmente no setor pediátrico e geriátrico devido à fragilidade imunológica. Grande culpa é do tempo seco do inverno que favorece a proliferação viral, ou seja, facilita a circulação de vírus e bactérias. Fora isso, faz com que as pessoas tenham tendência a ficar em locais totalmente fechados. “As pessoas se hidratam menos no frio e isso reflete na demanda”, explica. Ademais, alerta que a tendência é um índice ainda maior entre julho e agosto. O motivo é por se tratarem dos meses em que a cidade registra ápice de ar seco e de escassez de chuvas.

Conforme o médico, o cenário crescente de queixas respiratórias nessa época do ano “é gritante e geral”, não exclusivo da UPA. Para lidar bem com o período, a dica é manter o ambiente com umidificadores e fazer inalações com soro fisiológico ao menos três vezes ao dia. No caso dos adultos, grande parte da propensão é devido à baixa imunidade. “Alguns casos de pneumonia são resultado da evolução do quadro de um resfriado mal curado”, explica.

Esperando para receber uma medicação que ajude na normalização da respiração, Rosa Maria Pereira da Silva, 57 anos, faz inalação diariamente. Acompanhada do filho, Diego Luiz, relata que sente muita dificuldade em caminhar e dormir, e “tem que viver à base de medicamento”. Apesar de não ser vítima de nenhuma das doenças propícias no inverno, o filho afirma que com as baixas temperaturas e ar seco, há “bastante dificuldade” em normalizar a situação. “Algumas vezes, ela tem que dormir sentada”, explica.

Prevenindo

Justamente para evitar a propensão de rinite alérgica, por exemplo, o cuidado com cobertores e artigos de inverno deve ser redobrado nesta época, tendo em vista a aglomeração de poeira no guarda-roupa em que essas peças se localizam. Segundo a proprietária da lavanderia Usina Sol, Adriana Teixeira Santiago, o segredo para evitar o desenvolvimento de fungos e acúmulo de pó é armazenar as peças em locais que não sejam 100% fechados. “Não entrar ventilação propicia o desenvolvimento, além de ficar com cheiro ruim de mofo e possíveis manchas amarelas”, explica.

Caso o intervalo de uso da peça seja muito longo – de um inverno a outro, por exemplo – Adriana aconselha a tirar as roupas do armário e deixar que tomem sol por um tempo para arejar. “O ideal é depois desse tempo exposto, guardar dentro de uma embalagem a vácuo”. O motivo, segundo ela, é que não sobra espaço para proliferação de bactérias e fungos causados pelo armazenamento em longo prazo.   

SAIBA MAIS

Para evitar as doenças de inverno, Caio orienta a não ficar em locais com excesso de pessoas, procurar manter o ambiente mais arejado e ventilado possível. Além disso, frisa a importância de lavar e higienizar as mãos com álcool várias vezes ao dia “principalmente após estar em locais públicos”. Outro cuidado é em relação à alimentação, sendo que o ideal é beber cerca de dois litros de água por dia e comer de forma saudável. “Com dieta rica em frutas e verduras, os antioxidantes desses alimentos ajudam a melhorar a imunidade”, pontua. Além disso, é recomendada a vacinação anual contra a gripe, capaz de proteger dos principais vírus causadores da doença no período. “Esta vacinação é especialmente importante para pessoas com maior risco para o desenvolvimento de quadros mais graves de gripe e pneumonia viral, como idosos, crianças, gestantes, diabéticos e portadores de doenças pulmonares, cardíacas ou autoimunes”, ressalta.

SERVIÇO

De acordo com Caio, na UPA Ana Jacinta o atendimento para crianças é das 13h às 23h e para adultos é 24h. Todos os atendimentos são realizados de segunda a segunda.

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