Responsável por 21 municípios, o EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Presidente Prudente acumula o sexto maior montante do Estado no que diz respeito ao VPA (Valor da Produção Agrícola), tendo alcançado R$ 2.262.416.987,00, em 2013, de acordo com o IEA (Instituto de Economia Agrícola). Apesar de expressiva, a cifra é 0,8% menor do que a observada em 2012, que foi de R$ 2.280.461.863,00. Esta queda de R$ 18.044.874,00 custou ao escritório dois lugares no ranking composto por 40 regionais. O aporte levantado pelo EDR prudentino equivale a 3,9% do total de R$ 57.670.690.764,00 galgado pelo Estado no último ano. 

Assim como em âmbito estadual, a cana-de-açúcar aparece como a fonte primária de renda das atividades produtivas tanto no escritório de Prudente, quanto no de Presidente Venceslau e no de Dracena, que figuram no estudo em 26º e 28º lugares, com R$ 1.191.925.170,00 e R$ 1.052.736.066,00, respectivamente.

Cana-de-açúcar é considerada fonte primária de renda das atividades produtivas na região

O escritório, cuja sede está localizada na maior cidade do oeste paulista, ficou atrás das regionais de Barretos, São João da Boa Vista, Itapeva - dona da cifra que mais cresceu de um ano para o outro, uma elevação de 34% - Orlândia e Jaboticabal, sendo que o primeiro colocado registrou VPA de R$ 2.881.069,635,00, o equivalente a 5% do todo registrado no Estado. Por outro lado, o EDR de São Paulo faturou R$ 74.413.732,00 e contribuiu com 0,1% para aumentar a cifra estadual, enquanto que os valores alçados por Venceslau e Dracena correspondem a 2,1% e 1,8% dos mais de R$ 57 bilhões.

Como explica o instituto, as informações foram apuradas com base em dados finais do ano agrícola 2012/13. "Para o cálculo foram considerados 50 produtos, sendo 43 de origem vegetal e os demais de origem animal".

 

Cana-de-açúcar

Destaque na região, a cana-de-açúcar é protagonista na cultura de 28 ou 70% dos EDRs. Segundo o IEA, o valor acumulado com a sua produção nas 40 regionais equivale a 46,7% da renda bruta da agropecuária paulista. Ela não está entre os principais produtos listados no estudo apenas em cinco EDRs do Estado. No escritório de Prudente, por exemplo, ela é responsável por 48,3% da renda gerada pela agropecuária em uma lista que ainda traz a carne bovina, ovos de galinha, soja e leite como produções de frente. Em Dracena, a representatividade da cana-de-açúcar é ainda maior. Neste caso, ela gerou 62% da verba levantada com a produção agrícola no geral. Em Venceslau, participou com 46,5%.

 

EDRs

No entendimento de engenheiros agrônomos que atuam em escritórios de desenvolvimento rural, o atual cenário ainda será observado nos próximos anos na região, com a cana-de-açúcar ocupando o posto de principal fonte primária de renda das atividades produtivas. "Em cinco anos houve um aumento grande da área plantada de cana. Há muita terra arrendada, principalmente em torno das usinas. Além do mais, por sua cultura ser semiperene, oferecendo à terra uma vida útil de até quatro cortes, creio que ainda a veremos pelos próximos anos nos campos da região", comenta Lauro Eiji Tiba, da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) de Prudente.

Marcelo Soares de Sena, representante do EDR dracenense, ressalta que a cana-de-açúcar desponta no VPA pelo seu volume produzido que "é muito grande". Em termos comparativos cita, por exemplo, que enquanto a tonelada da cana custa cerca de R$ 50,00 a arroba do boi vale o dobro, mas, neste caso, rende mais o que é mais produzido.

Cifras à parte, outro ponto abordado pelo engenheiro agrônomo é o impacto que cada cultura tem para a sociedade. "A cana pode mais dinheiro para indústrias e até mesmo para o governo. Porém, produções como a do leite, por exemplo, tem sido de grande valia para a agricultura familiar. Muitos sobrevivem desta cultura. Para estes, o valor alçado pode ser menor se comparado com o da cana-de-açúcar, mas é essencial", coloca.