Conforme anunciado pelo governador João Doria (PSDB), o ano letivo de 2021 já iniciou para 3 milhões dos 3,3 milhões de alunos que foram autorizados a retomar as aulas presenciais, em sistema de rodízio, em 4,5 mil das 5,3 mil escolas da rede estadual de São Paulo. No entanto, os profissionais da Educação retornaram para as instituições sem qualquer previsão de quando serão imunizados contra a Covid-19, causando certa insatisfação na classe. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a vacinação dos grupos prioritários ocorre com base em critérios técnicos definidos pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) e à medida que o Ministério da Saúde disponibiliza doses.
O coordenador regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo), William Hugo Correa dos Santos, órgão que defende os direitos dos professores da rede estadual, explica que os profissionais não estavam na linha de frente porque trabalhavam de forma remota, mas com o retorno do ensino presencial passam estar em contato com os alunos, com a comunidade escolar, equipe gestora e até mesmo pais ou responsáveis. O coordenador também acrescenta que muitos dos alunos pegam transporte público para irem à escola, podendo se contaminar durante o percurso. “Falam que as crianças são assintomáticas, mas os professores não são assintomáticos, e nem a equipe gestora que está trabalhando. Então, a nossa indignação é que os professores deveriam ser priorizados de forma que possam entrar no cronograma de vacinação antes do retorno presencial”, afirma.
O coordenador regional da Apeoesp diz que a classe não está abrindo mão de continuar com o trabalho presencial, mas reforça a necessidade de atuarem de uma forma segura. “Não abrimos mão de fazer esse retorno presencial, mas que ele seja com vacina aos profissionais da Educação. ‘– Ah, mas vocês não terão contato físico com o aluno!’ Mas, a gente vai, olha a atividade dele no caderno, passar pela carteira”, pontua. William também menciona certa preocupação com o aumento da ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em Presidente Prudente, e não esconde o receio de que isso possa agravar ainda mais em questões de saúde pública.
Na rede municipal, a princípio, as aulas continuarão na modalidade remota, com retorno gradativo ao ensino presencial, conforme informou a prefeitura de Presidente Prudente no último dia 13 de janeiro. De acordo com a presidente do Sintrapp (Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente e Região), Luciana Telles, órgão que defende os interesses dos professores da rede municipal, o sindicato é a favor de que todos os profissionais da educação sejam vacinados antes do retorno presencial das atividades escolares. “Todos precisam ser imunizados, desde professores, gestores, cozinheiros, porteiros, entre outros”, explica. “Estamos vendo que a cada dia aumenta ainda mais a ocupação dos leitos de UTI e, a nossa opinião é de que é cedo para pensar num retorno presencial, pois a pandemia não está controlada como deveria estar”, acrescenta.
A Prefeitura de Presidente Prudente informa que a definição de grupos prioritários para vacinação na cidade segue as diretrizes do governo federal e do governo estadual, que, neste momento, entende que a prioridade deve ser dada aos idosos e profissionais de saúde. Para viabilizar a retomada presencial, o município já providenciou a compra de EPIs para toda a rede, incluindo máscaras para os 20 mil alunos, máscaras e protetores faciais (face shields) para todo o corpo docente e equipe de apoio, suportes para álcool em gel, sabonete e papel toalha para os banheiros das escolas, entre outros materiais. Também estão sendo promovidas adequações pontuais nas unidades, como abertura de janelas e troca de ventiladores".
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a vacinação dos grupos prioritários ocorre com base em critérios técnicos definidos pelo PNI e à medida que o Ministério da Saúde disponibiliza doses.
A campanha, segundo a pasta, começou em São Paulo com profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos e pessoas com deficiência com mais de 18 anos vivendo em instituições de longa permanência, indígenas aldeados e quilombolas, e, conforme já anunciado, neste mês começam a serem vacinados também os idosos acima de 85 anos. “Cabe reforçar que a campanha de imunização contra a Covid-19 em São Paulo é desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão Federal. À medida que o Ministério da Saúde viabiliza mais doses, as novas etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação contra a Covid-19 são e continuarão sendo divulgadas pelo Estado”, informou.
SAIBA MAIS
Conforme a Secretaria Estadual de Educação, o governo do Estado autorizou a abertura das unidades escolares mesmo nas fases mais restritivas do Plano São Paulo, colocando a Educação como serviço essencial no Estado. A decisão é baseada em experiências internacionais para garantir a segurança dos alunos e professores, bem como o desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças e adolescentes.
O retorno presencial, entretanto, é gradual e está condicionado à autorização das prefeituras. Mesmo nos municípios autorizados, a presença dos alunos nas escolas não é obrigatória nas regiões que estejam na fase vermelha, laranja ou amarela do Plano São Paulo, mas as instituições poderão permanecer abertas e com atividades nessas etapas. Na rede estadual, neste início do ano letivo, a presença é limitada a até 35% dos alunos matriculados. Cada unidade poderá definir como irá realizar o rodízio de alunos e suas atividades presenciais e remotas. A carga horária também poderá ser adaptada para o cumprimento das normas.
