Projeto de lei reduz alíquota do ISS para empresas de tecnologia em Prudente

Iniciativa busca tornar município mais atraente para instalação desses serviços, considerando que outras cidades oferecem carga tributária mais favorável; associação comemora medida

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 19/10/2022
Horário 17:24
Foto: Marcelo Camargo/ABr
Medida busca atrair empresas de tecnologia e startups para o município
Medida busca atrair empresas de tecnologia e startups para o município

A Câmara Municipal de Presidente Prudente aprovou, durante a sessão ordinária de segunda-feira, um PLC (projeto de lei complementar), de autoria do prefeito Ed Thomas (PSB), que promete estimular a economia do munícipio a partir da redução da alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas do ramo da tecnologia.
Em suma, a propositura acrescenta ao Código Tributário Municipal que o percentual para cálculo do imposto será diminuído de 5% para 2% às atividades enquadradas neste segmento.
Em sua justificativa, o chefe do Executivo aponta que a iniciativa se dá porque Prudente possui várias instituições de ensino superior na área de tecnologia da informação e comunicação que, a cada semestre, entregam ao mercado de trabalho profissionais altamente capacitados, que, na sua maioria, migram para outras regiões em busca de colocação profissional. Somado a isso, está o fato de que alguns municípios oferecem facilidades para receber empresas de tecnologia, o que consequentemente aumenta a oferta de empregos para esses novos profissionais. 

Passando na frente

O presidente da Polo In (Associação das Empresas de Software do Oeste Paulista), Emerson Silas Dória, expõe que, até então, Prudente é uma das poucas cidades que possuem alíquota de 5% para o cálculo do ISS, o que a deixa atrás de municípios que estabelecem a taxa na casa dos 2% ou 3%.
“Essa lei vai estancar uma situação que estamos vivendo, que é a migração de empresas para outros locais, e, num segundo momento, tornará Prudente mais atrativa para novos negócios”, esclarece o empresário, e exemplifica que um serviço de tecnologia instalado em uma cidade onde a alíquota corresponde a 4% poderá se instalar e recolher seus impostos em Prudente, considerando que o município oferecerá esse diferencial.
Segundo ele, a facilidade de deslocamento é comum para serviços de tecnologia e foi impulsionada durante o período pandêmico. “A pandemia trouxe uma série de mudanças a partir do momento em que as barreiras físicas de contratação e de captação de recursos humanos se expandiram”, comenta Emerson, em clara referência ao home office (ou trabalho remoto), o qual oportunizou que pessoas prestassem serviços para diferentes cidades e até países sem sair de seu município natal.
Emerson preside a Polo In, um projeto que começou em 2011 com o objetivo de desenvolver ações que beneficiem o setor de tecnologia em Prudente. Atualmente, há 30 empresas associadas, mas, conforme o empresário, os projetos desenvolvidos pela associação beneficiam toda a cadeia produtiva local. Agora, com a alteração da carga tributária, Emerson se sente mais otimista quanto ao potencial de crescimento do setor.

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Emerson diz que lei vai estancar migração de empresas locais

Incentivo necessário

O presidente do Codepp (Conselho de Desenvolvimento de Presidente Prudente), Diego Siquieri, também vê com confiança a medida citada. Ele conta que o conselho sempre apoiou e reivindicou a demanda. “Temos um polo de tecnologia por meio das instituições de ensino superior e produzimos mão de obra para o mercado, mas perdemos muito disso devido à falta de incentivo”, pondera.
A fala de Emerson e Diego é corroborada pela justificativa de Ed Thomas no projeto de lei complementar. O prefeito apresenta que a estratégia vai combater a perda de arrecadação decorrente da fuga desses negócios e atrair empresas desenvolvedoras de aplicativos, plataformas digitais e, especialmente, startups, que buscam redução de custos operacionais. “Consequentemente, provocará geração de empregos e dinamização da economia local”, considera.

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Diego ressalta que Codepp sempre apoiou a demanda

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