Projeto evangelizador reúne 450 jovens por semana em PP

Liderança do movimento é formada por diversas igrejas da cidade; intuito é levar a Palavra de Deus para as ruas e ajudar tanto quem crê como quem não segue nenhuma religião

PRUDENTE - BEATRIZ DUARTE

Data 03/04/2018
Horário 10:21
Cedida | Projeto visa levar a evangelização para fora das igrejas
Cedida | Projeto visa levar a evangelização para fora das igrejas

Com intuito de reunir jovens de todas as religiões para ouvir sobre a Palavra de Deus, o Movimento Paraeclesiástico tem ganhado força e seguidores em Presidente Prudente. A ação é um projeto evangelístico, realizado todas às sextas-feiras no Parque do Povo, a partir das 23h para o público em geral. Os interessados participam de um culto mais dinâmico e interativo, com louvor e ensinamentos sobre assuntos bíblicos. O movimento conta com cerca de 450 participantes por semana.

Gilberto Oliveira da Silva Júnior, técnico de informática, 24 anos, é um dos integrantes do projeto e explica que Eclésia significa “chamados para fora”, e que tem como conceito “a igreja na rua”. O seu surgimento é inspirado no movimento americano One Ministry e o brasileiro Céu na Terra Movement, onde os jovens levam a evangelização para as ruas da cidade. A iniciativa faz parte da Igreja Assembleia de Deus do Jardim Planalto, mas possui representantes de outras religiões na sua liderança, como as igrejas Batistas e Presbiterianas, uma vez que o evento não prega sobre nenhuma religião em si.

O jovem relembra que no começo da ação, em setembro do ano passado, havia cerca de dez participantes. Com o passar dos meses, o grupo acolheu a chegada de mais pessoas. “Tem cultos que reunimos 450 e a tendência é subir ainda mais, pois ele é direcionado tanto para os que creem em Deus, quanto para os que não seguem nenhuma religião”.

Para ele, o propósito do trabalho é “levar a Palavra e salvar almas” para conseguir retirar cada vez mais as pessoas em situações vulneráveis das ruas, como os dependentes químicos. “É muito bacana observar a mudança das pessoas que participam das reuniões. Depois dos cultos, pegamos os telefones dos jovens e direcionamos para uma igreja perto da sua casa, além de prestar outros auxílios”. Ele relata que geralmente os pais dos jovens também prestam testemunho sobre a mudança pessoal dos filhos. “Eles falam sobre o jeito de andar e se comportar e como estão mais centrados na vida”.

Um dos idealizadores do projeto, o pintor Jonathan Cruz de Souza, 25 anos, diz que há três anos, quando passava pelo Parque do Povo, notou a participação de jovens em bares, baladas, alguns fazendo uso de bebidas alcóolicas e drogas ilícitas. Isso chamou sua atenção entre a distância da população com Deus. “Conheci pessoas que tinham vontade de tirar a própria vida e faziam coisas erradas como uma válvula de escape”, destaca. Segundo ele, a ação passou a atuar às 23h, por ser o período em que tem mais jovens na área livre, o público que o movimento deseja atender.

Além da evangelização, o movimento possui o trabalho social, onde realiza o recolhimento de alimentos, roupas, calçados e móveis. As doações são distribuídas para a população de bairros carentes, através de kits de auxílio e cestas básicas. Para Jonathan, o projeto realizado em parceira com várias igrejas tem um impacto maior, pois tira uma visão pequena sobre um assunto e a torna ampla. “Às vezes tem preconceito, mas quando as pessoas conhecem a nossa intenção, elas se abrem e percebem que o significado das instituições evangélicas são maiores”. Para o futuro, ele diz que as metas são intensificar o trabalho social e expandir os movimentos para os bairros da cidade e não somente no centro.

 

É muito bacana observar a mudança das pessoas que participam das reuniões. Depois dos cultos, pegamos os telefones dos jovens e direcionamos para uma igreja perto da sua casa, além de prestar outros auxílios

Gilberto Oliveira da Silva Júnior,

técnico em informática

 

Opiniões

O reverendo Gediael Menezes de Castro, titular da Igreja Presbiteriana do Brasil, diz que hoje existem vários movimentos que estão sendo feitos para atrair os jovens, e que eles são bons porque de alguma forma conseguem ajudar as pessoas. Contudo, ele acredita que essas ações vão contra o que é ensinado na Bíblia, onde prega-se que a pessoa que tenha a comunhão de Deus no coração tem o desejo de estar dentro da igreja servindo.

Outra questão apontada pelo representante é os chamados desigrejados, fiéis que deixam a religião, após problemas com outros membros ou decepção com a instituição. “A pessoa não sente mais o desejo de ir para qualquer igreja, acha que pode aproximar-se do evangelho de casa, mas é preciso analisar que o ser humano é falho e em todas as igrejas têm pessoas assim”. Para ele, os movimentos não substituem a igreja, pois não exigem compromissos, como horários, dízimos e ofertas. “O indivíduo não cria laços com a sua comunidade”.

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