Protesto contra reorganização reúne 12 escolas

Reestruturação da rede de ensino, anunciada pelo Estado, gerou manifestação na manhã de ontem, em frente à Diretoria de Ensino

PRUDENTE - Estevão Salomão

Data 06/10/2015
Horário 08:47
 

Alunos, familiares, professores e representantes de 12 escolas estaduais de Presidente Prudente se reuniram na manhã de ontem, em frente à Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente, para protestar contra a reorganização das unidades escolares, anunciada na semana passada pela Secretaria de Estado da Educação. O manifesto reuniu cerca de 500 pessoas, conforme a PM (Polícia Militar). Porém, segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), 1,5 mil manifestantes participaram do ato. Com um caminhão de som, faixas, cartazes e rostos pintados, o grupo permaneceu até às 10h no local, horário que o trânsito na Avenida Manoel Goulart, em ambos os sentidos, foi liberado.

Segundo a coordenadora regional da Apeoesp, Ana Lourdes Kuhn Lopes Pinheiro, a principal reivindicação proposta em um abaixo-assinado, entregue e protocolado no fim da manifestação na Diretoria de Ensino, se é a não reorganização das escolas. Segundo ela, tal reestruturação envolve o fechamento de algumas unidades, e o direcionamento de alunos para outras. "Não queremos a remodelação", reforça. Ainda conforme a sindicalista, os principais prejuízos desta mudança seriam "o desemprego de profissionais na área da educação e a superlotação em salas de aulas".

Jornal O Imparcial Abaixo-assinado contra a reestruturação foi protocolado na Diretoria de Ensino de PP

A medida proposta pelo Estado, que visa o enquadramento das escolas em um único ciclo – ou ensino médio ou fundamental -, de acordo com a dirigente regional de ensino, Naide Videira Braga, tem como objetivo aumentar a abrangência e efetividade das escolas. Ela explica que reuniões estão sendo realizadas juntamente com os diretores destas unidades, a fim de calcular a quantidade e a capacidade de alunos em cada uma delas. "Não queremos fechar, queremos ampliar", reforça. Sobre a manifestação, a dirigente diz apoiar qualquer movimento democrático e pacífico, entretanto, apontou tentativas de depredação ao patrimônio público durante o protesto realizado ontem. Ela ainda esclarece que um abaixo-assinado foi protocolado e será analisado.

Quanto à "suposta tentativa de depredação", a líder do sindicato garante que "não procede". E explica: "Não houve nada, o que ocorreu foi que alguns alunos que participaram do manifesto quiseram entrar no prédio para beber água. Como eram muitos, a diretoria entendeu que se tratava de um tumulto e até chamou reforço policial. Porém, não precisava, pois não aconteceu nada além disso", ressalta Ana Kuhn.

 

"Nossos direitos"


Em meio aos barulhos de rojões e falas de professores e alunos, que iam se revezando em cima do caminhão de som, às 9h o movimento tornou-se complicado entre manifestantes e policiais. Pelo menos cinco militares fecharam os portões da Diretoria de Ensino, alegando tentativa de invasão. Momento que alunos gritaram e vaiaram os PMs.

Para o professor Antonio Marcos Denaton, o movimento é uma resposta ao Estado, que "não se preocupa com educação, mas sim com o corte de gastos". Ele explica que a manifestação foi organizada por alunos e professores e teve apoio da Apeoesp, uma união que, segundo ele, representa a "preocupação dos representantes com o futuro de docentes e discentes".

"Queremos nossos direitos", reivindica a aluna do 8º ano da Escola Estadual Monsenhor Sarrion, Nyvea Maria Rodrigues de Souza, 14 anos, que com uma bandeira do Brasil nas costas, disse à reportagem que acredita em um país melhor por meio do ensino. "Estamos lutando para e pela educação", diz.

A motorista Rafaela Ferreira de Lima, 61 anos, avó de um aluno do ensino fundamental, por sua vez, diz que apoia o neto em relação à não reorganização da rede estadual de ensino. "Se mudar vai virar bagunça, queremos que fique como está", expõe.

O ato contou ainda com o apoio de agentes da Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), que garantiram a segurança da via durante o protesto.

 

MANIFESTAÇÃO


ESCOLAS PARTICIPANTES


Escola Estadual Monsenhor Sarrion;

Escola Estadual Marietta Ferraz de Assumpção;

Escola Estadual Professora Mirella Pesce Desidere;

Escola Estadual Comendador Tannel Abbud;

Escola Estadual Doutor José Foz;

Escola Estadual Professora Fátima Aparecida Costa Falcon;

Escola Estadual Arlindo Fantini;

Escola Estadual Hugo Miele;

Escola Estadual Fernando Costa;

Escola Estadual Clotilde Veiga de Barros;

Escola Estadual Antônio Fioravante de Menezes;

Escola Estadual Plácido Braga Nogueira.

 
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