Prudenco quer conter invasão de catadores no lixão

 

As cercas e grades que limitam o espaço do lixão em Presidente Prudente não são suficientes para coibir a invasão dos catadores, que continuam a revirar os detritos à procura de fontes de renda. O presidente da Companhia Prudentina de Desenvolvimento (Prudenco), Mateus Martins Godoi, reconhece o problema e promete solicitar à Polícia Militar ações mais enérgicas no local.

Catadores invadem lixão por meio de frestas abertas nas cercas; Prudenco reconhece problema

No fim de 2009, o Executivo municipal assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual (MPE) com vistas a dar fim ao lixão de Prudente. Entre as medidas impostas pelo documento, estava o cercamento de toda a área do aterro. Após a confecção do isolamento, a Prefeitura deu início a um programa de cadastramento e reinserção social dos catadores do lixão. Durante sete meses, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) realizou o cadastro de aproximadamente 115 famílias.

Conforme a titular da SAS, Regina Helena Penatti Cardoso Ferreira, os responsáveis de cada família recebiam uma bolsa-auxílio de um salário mínimo (na época de R$ 510), além de serem matriculados em cursos profissionalizantes. Concluída a formação, era elaborado um currículo profissional para cada um deles. Trabalhos semelhantes a este continuam disponíveis na secretaria. Entretanto, como o lixão ainda não foi extinto, Cardoso afirma que é difícil coibir a ação de invasores daquele espaço, mesmo com as ofertas da secretaria. "Isso ocorre porque existe quem compra a mercadoria que eles recolhem ali", declara.

A reportagem esteve na tarde de ontem no local e constatou a invasão. Os catadores ignoram o isolamento e entram na área por frestas abertas nas grades. Godoi afirma que irá dialogar com a PM para ações mais incisivas no local. "Ainda essa semana vamos conversar com a polícia para identificar essas pessoas e apurar as responsabilidades", diz.

 

Polícia

A comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar, capitão Sílvia Andréa Mantoani Pinto, afirma que já há um acordo com a Prudenco para priorizar a área do lixão, desde que a corporação seja comunicada. "Não temos recebido informações de pessoas invadindo aquela área. Basta o vigilante nos acionar que uma equipe é imediatamente deslocada para lá". Ela reforça que adentrar o espaço do lixão é crime e o individuo responde por invasão à propriedade e também pelos eventuais danos causados ao patrimônio público, como romper os alambrados. "A polícia tem feito a sua parte. Cabe à Prudenco colaborar e fazer manutenção constante do cercamento para impedir a entrada dos catadores", conclui.