Prudente fica abaixo da meta em campanha contra poliomielite

Município vacinou 78,95% do público-alvo, sendo que porcentagem segura para manter erradicação da doença deve ser igual ou superior a 95%

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 04/11/2022
Horário 13:20
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Apesar do fim da campanha, doses contra pólio continuam disponíveis nos postos de saúde
Apesar do fim da campanha, doses contra pólio continuam disponíveis nos postos de saúde

A campanha de vacinação contra a poliomielite chegou ao fim com a cobertura abaixo da meta em Presidente Prudente. De acordo com balanço divulgado pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) a O Imparcial, 78,95% do público-alvo do município foi imunizado, sendo que a porcentagem segura para manter a erradicação da doença deve ser igual ou superior a 95%.

A cidade possui 10.765 crianças de seis meses a menores de cinco anos aptas para receber o imunizante. Deste total, 8,5 mil garantiram a proteção. Outras 2.265 ainda precisam colocar a vacina em dia.

Embora a campanha tenha sido encerrada no dia 31 de outubro, as doses permanecem disponíveis nas salas de vacinação do município. A VEM orienta que os pais ou responsáveis levem os pequenos que estejam com a imunização pendente a uma das 28 unidades de saúde, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30.

Plano de resposta

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, lançou na terça-feira o “Plano Nacional de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite: Estratégia do Brasil”. No momento em que o país celebra os 32 anos sem registros da doença, o objetivo é estabelecer uma resposta coordenada nas três esferas de gestão do SUS (Sistema Único de Saúde) diante de uma eventual detecção de poliovírus selvagem ou derivado vacinal.

De acordo com o Ministério da Saúde, o plano tem como metas fortalecer a vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas; garantir o acesso universal aos serviços de vacinação contra a poliomielite, conforme o Calendário Nacional de Vacinação; e fortalecer a vigilância laboratorial. O foco também está em desenvolver a capacidade nacional e operacional dos Estados e dos municípios para manter a poliomielite eliminada do território nacional.

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o Brasil é considerado uma potência da vacinação no mundo. “Com as políticas de imunização, conseguimos erradicar a poliomielite do nosso país. Por isso, não queremos que a doença volte. Quero conclamar a todos que possam se associar nessa iniciativa. Nas 38 mil salas de vacinação, todos os dias são dias de campanha”, destacou, no lançamento da estratégia.

“Com esse plano, apresentamos diretrizes de resposta em tempo oportuno, mapeando instituições e parceiros para ações coordenadas. O desafio é imenso. Mas imensa também é nossa vontade de garantir que o Brasil fique livre da poliomielite”, acrescentou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.

Conforme a pasta federal, os esforços estão concentrados principalmente na prevenção da doença, por meio das vacinas ofertadas durante todo o ano nas salas de imunização. “Para além da prevenção, no entanto, a pasta trabalha para responder oportunamente e de forma eficaz, efetiva e coordenada entre as áreas técnicas envolvidas no enfrentamento de emergência em saúde pública de poliomielite”, completa.

A representante da Opas/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde) no Brasil, Socorro Gross, aproveitou o momento para reforçar o papel que os meios de comunicação têm para propagar a importância da vacinação. “O Brasil se move com esse plano diante do protagonismo que tem na região das Américas”, disse.

Livre da poliomielite

O Ministério da Saúde aponta que, desde 1990, o Brasil não detecta casos de poliomielite. Em 1994, recebeu da Opas a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território, juntamente com os demais países das Américas, e vem envidando esforços para atingir a meta dos indicadores preconizados para manutenção do país livre da doença.

O que é a pólio

Segundo o Ministério da Saúde, a poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

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