A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), informou, nesta segunda-feira, que a cidade soma 10.014 casos positivos de dengue desde o início do ano. Além disso, mais uma morte causada pela doença foi confirmada. Com isso, são 12 óbitos em menos de quatro meses.
A situação tem levado a Prefeitura a definir novas estratégias para frear o avanço da dengue em Prudente. Na semana passada, houve uma reunião entre o poder público, Conselho Municipal de Saúde, igrejas, associações de bairro e sociedade civil no Centro Cultural Matarazzo. Na ocasião, foram articuladas mais ações de conscientização da população. Isso porque, porque, segundo a coordenadora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Vânia Maria Alves, 80% dos criadouros estão nas casas.
"Temos muitas recusas, o morador não deixa a equipe da VEM entrar. Essas pessoas serão notificadas", afirmou a coordenadora. "Nesta semana, estaremos colocando em prática essas novas ações da força-tarefa, assim como todas as entidades presentes na reunião irão ajudar nesta conscientização", sintetizou na oportunidade.
O cenário também fez o MPE (Ministério Público Estadual) intervir. A Promotoria de Justiça de Presidente Prudente instaurou, na semana passada, um inquérito civil para averiguação e acompanhamento das ações de enfrentamento à dengue no município. O órgão pede ao poder público que intensifique medidas de conscientização da população, abra canal de denúncias e feche o cerco contra cidadãos que impeçam trabalho dos agentes de saúde e descumpram medidas sanitárias.
A Promotoria destacou no documento que, em 6 de abril, recebeu um ofício do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista) dando conta de verdadeiro colapso nos equipamentos de atendimento de emergência, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
No ofício, o Ciop afirmava que o número de atendimentos durante o atual período sazonal de dengue extrapola todos os níveis aceitos e suportados pelas UPAs, ultrapassando de 65% a 70% dos atendimentos rotineiros. "Não há no momento possibilidade de acomodação digna aos usuários, pela estrutura física limitada, como também se encontra prejudicado o acolhimento, atendimento e conduta perante o enfermo", denotou.
O Ciop ainda salientou que os pacientes que necessitam de internação hospitalar de média e alta complexidade para investigação e tratamento acabam por ficar nas unidades em regime de internação por, em média, 8 dias, aguardando leito hospitalar.
Na tentativa de desafogar as unidades, a administração municipal fortaleceu a rede de atendimento aos pacientes sintomáticos. Além das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e ESFs (Estratégias de Saúde da Família), há três pontos de acolhimento no Jardim Santana, na Cohab e no Centro Cultural Matarazzo.
No Matarazzo, as equipes médica e de enfermagem recebem exclusivamente pacientes com dengue que apresentam sintomas leves, oferecendo consultas e hidratação. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
Casos urgentes, ou seja, com complicações, como dores abdominais, vômito persistente e algum tipo de sangramento, devem procurar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) dos bairros Jardim Guanabara e Ana Jacinta.
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