Prudentino fala de sua paixão e exalta grandes nomes do samba

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 02/12/2015
Horário 06:36

 


No Dia Nacional do Samba, comemorado hoje, dentre vários aficionados por este ritmo totalmente brasileiro, em Presidente Prudente, está o engraxate José Carlos Garcia Nunes, o Braminha, 55 anos. Além de ter 15 capas de vinil, de grandes sambistas brasileiros emolduradas em quadros de vidro, ele possui centenas de discos de gênios do gênero, como o eterno Poeta da Vila, Noel Rosa; Cartola; Nelson Cavaquinho; Pixingiuinha; Silvio Caldas; Paulinho da Viola; Ataulfo Alves; Ismael Silva; Silas e Dona Ivone Lara; Wilson Batista (junto com Noel faziam trocadilhos), entre outros vários, pendurados na parede de sua casa.

Jornal O Imparcial Braminha mostra algumas de suas raridades: grandes mestres do samba em capas de vinil

Braminha se diz um apaixonado pela música brasileira, pelo samba e um estudioso do gênero. "O samba é uma música importante e universal. Deveria ser e ter o respeito como o tango é na Argentina, que nunca morre. O que vejo com muita preocupação hoje são ‘músicas’ sem nenhum sentido. Música faz bem para a alma e para o coração. Infelizmente, nunca mais nascerão gênios como estes que já se foram", critica".

Ele explana que essa sua paixão iniciou há uns 30 anos, quando começou a andar com bons amigos. "Por isso que digo que temos sempre que andar com pessoas do bem, porque absorvemos coisas boas. Educação e cultura são duas coisas importantíssimas para a formação de cidadãos do bem e deveriam ser trabalhadas nas escolas. O que não acontece", menciona.

E acrescenta: "Criança precisa de música nas escolas. Como Noel mesmo disse: ‘a civilização subiu o morro e levou coisa boas e também ruins’. O samba é uma das boas. Suas letras contam toda uma história, falam da realidade", frisa.

Braminha faz parte de um grupo de amigos, os Boêmios do Nego, com cerca de 50 integrante que se reúnem aos sábados, cada dia na casa de um, e o samba corre solto, relembrando os grandes mestres, durante horas.

 

Cultivando sonhos


Braminha conta que já esteve no Rio de Janeiro por umas cinco vezes, na década de 80, mas que infelizmente não teve a oportunidade de curtir o samba de perto. Entretanto, quer muito voltar à Cidade Maravilhosa, ver os Arcos da Lapa e, se possível, visitar o túmulo de Noel Rosa e Cartola.

"Se tenho que mencionar duas grandes paixões em minha vida, são o samba e a minha profissão de engraxate, em que tenho me sustentado honestamente todos esses anos. Isso não tem valor maior que pague. Me sinto orgulhoso e agradecido!", exclama.

 

Curiosidades


Segundo o engraxate, consta no livro "Noel Rosa – Uma biografia", de João Máximo e Carlos Didier - que ele ganhou de presente do professor Diores -, que o pai de Noel Rosa, que tinha lojas no Rio de Janeiro, após quebrar, veio ser agrimensor nas terras de Araçatuba (SP) e seu tio, médico em Aquidauana (MT). Ele ficou seis anos fora, depois retornou ao Rio.

Braminha cita outras duas coincidências interessantes que o ligam ao seu grande ídolo do samba, considerado patrimônio brasileiro. "Noel Rosa se casou com uma mulher que tinha o mesmo nome da minha mãe, Lindaura. E a sogra dele se chamava Olindina, o mesmo nome da minha esposa", salienta.

 

saiba mais

DIA DO SAMBA

De acordo com o site http://www.academiadosamba.com.br/memoriasamba/artigos/artigo-024.htm, o Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso, que já tinha composto seu sucesso "Na Baixa do Sapateiro", mas nunca havia posto os pés na Bahia, visitou Salvador pela primeira vez exatamente nesta data. Daí por diante, a festa foi se espalhando pelo país tornando-se uma comemoração nacional. Atualmente duas cidades costumam comemorar o dia: Salvador, com grandes shows no Pelourinho, e Rio de Janeiro, com o Pagode do Trem.
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