Restaurado, o quadro do policial civil morto em serviço em 1974, Mario Moretti, está sob posse da viúva Teresa Moretti, 98 anos. A fotografia ficará em sua residência, em Álvares Machado, até o dia 30 de setembro, quando será transferida para a sala da chefia dos investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), após uma cerimônia em comemoração ao Dia da Polícia Civil. A restauração foi promovida por
O Imparcial, após tomar conhecimento deste arquivo pelo presidente do Sipol (Sindicato dos Policiais Civis da Região de Presidente Prudente), Fábio Morrone.
Conforme a esposa e suas duas filhas, Marilda e Marlene Moretti, o homenageado foi assassinado aos 59 anos, com um tiro no peito, enquanto fazia a captura de um criminoso. A filha Marilda resgata a lembrança do pai com muito saudosismo. "Enquanto esteve vivo, ele deu a vida por Prudente. Naquela época, se havia o roubo de algum carro, meu pai não sossegava até trazê-lo de volta", lembra. Ela conta que, durante o velório do pai, notou uma criança que "chorava mais do que todo mundo" e que, na verdade, era uma prova da generosidade de Mario, visto que ele comprava diariamente as coxinhas que o menino vendia. "Meu pai não comia fora de casa, mas comprava para ajudá-lo", expõe.
Após a morte do marido, mesmo com as filhas já casadas, Teresa teve de trabalhar como costureira para sanar as despesas. "Mais tarde, eu passei a receber uma pensão integral pela morte do meu marido. É importante destacar que, quando vivo, ele nunca deixou os meus filhos trabalharem e, nos feriados, fazia questão de deixar as mesas sempre fartas. Não consumia bebidas alcoólicas, mas comprava de monte para as visitas", rememora. Teresa seguiu o curso da vida sozinha, mas sempre lembra do marido com carinho.
Mario deixou quatro filhos, sendo três mulheres (uma delas falecida) e um homem, nascidos entre 1938 e 1952. Hoje, a família é composta também por 13 netos e 18 bisnetos. Aos 98 anos e com uma saúde de ferro, Teresa almeja o centenário. "O segredo da longevidade é meia ‘tacinha’ de vinho todos os dias na hora do almoço", confidencia, aos risos.
O quadro com a foto de Mario Moretti havia sido entregue à Polícia Civil por iniciativa deste jornal e de investigadores, em abril de 1974. Na época, o impresso ofertou a fotografia ampliada e ela foi afixada na Sala dos Investigadores. Com reformas em prédios da Polícia Civil, a imagem voltou à família e novamente foi revitalizada pelo jornal, a pedido do Sipol.
Quadro foi entregue a familiares
