Quanto vale seu tempo?

OPINIÃO - Rosana Borges Gonçalves

Data 20/08/2022
Horário 04:30

Na Revolução Industrial, quando as máquinas começaram a fazer o trabalho de humanos em menor tempo, deduziu-se que enfim o homem poderia ter uma melhoria em sua qualidade de vida, visto que o seu tempo poderia ser mais bem direcionado. Hoje, com tantos recursos tecnológicos - internet, computadores e telefones celulares - criados de certa forma, no intuito de se economizar tempo e recursos, antagonicamente percebemos que “tempo” é o que menos temos. Agendas cheias, estafas físicas e psicológicas fazem parte da rotina do homem médio.
O excesso de informação devido ao uso das tecnologias é tão grande que, a sensação que temos, é de que ao contrário do que pensavam quando construíram as primeiras máquinas, não paramos nunca. Como se agora nossos pensamentos também fossem como máquinas, trabalhamos incessantemente. 
Diante disto, ocorrem os primeiros sintomas: síndrome de Burnout ou síndrome do esgotamento, devido ao cansaço estremo e estresse físico e mental. De acordo com o ISMA-BR (International Stress Management Association), o Brasil é o 2º país do mundo com mais casos de Burnout.
Aquela vida pacata do interior, onde pessoas tinham tempo para se sentarem com suas cadeiras nas calçadas e levarem aquela boa prosa, hoje quase não existe mais. Este ritual deu lugar aos grupos de redes sociais, na qual trocam-se algumas mensagens e informações. Um jeito rápido e fácil, mas não muito caloroso, de se obter uma boa conversa num final de dia cansativo de trabalho. 
Vários fatores corroboram para esta nova realidade. As tecnologias nos atraem de uma certa forma não somente no trabalho, como também naqueles momentos em que deveríamos estar descansando, e se recompondo. A facilidade com que utilizamos estes recursos nos traz uma falsa sensação de prazer.  Acabamos nos utilizamos destes momentos de ociosidade para aquela passada de olho nas notícias do dia e nas redes sociais, fazendo com que aquele tempo de descanso acabe quase que não existindo. 
Diante do exposto, fica claro que as tecnologias fizeram e fazem a diferença, desde que aproveitadas com responsabilidade, pois, o tempo vale ouro, mas nossa saúde física e mental equivale a muito mais que diamante.

 

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