Reféns da criminalidade, educadores buscam alternativas com os militares

EDITORIAL -

Data 24/03/2019
Horário 04:06

É fato que a segurança pública é o assunto que preocupa a população no Estado de São Paulo. Mesmo que os indicadores apontados pelas forças policiais demonstrem redução nos índices criminais nos últimos anos, inclusive na região de Presidente Prudente, considerada entre as mais seguras do Estado, é preciso que sejam tomadas medidas para que a criminalidade seja cortada ainda pela raiz, mais precisamente na infância e adolescência. Desde a quinta-feira, diretores de aproximadamente 5 mil escolas estaduais de São Paulo têm se reunido com representantes dos batalhões da Polícia Militar como forma de buscar estratégias de segurança às unidades escolares, o que entra em pauta esta questão.

Atualmente, as escolas já contam com a ronda escolar efetuada pelos militares, que circulam instituições entre às 6h e 22h. Esta forma de policiamento “inibe” a prática delituosa dos menores de idade, mas, do lado de dentro das paredes escolares o cenário continua sendo outro. Enquanto não houver delações a respeito dos crimes cometidos nestes locais – em específico ao tráfico de drogas, a realidade continuará costumeira, o que permitirá acesso à entrada de novos integrantes ao mundo do crime. E, mesmo que haja projetos, a exemplo do Proerd (Programa de Educacional de Resistência às Drogas), que leva ao jovem orientação sobre construir o “futuro seguro” longe da criminalidade, ainda existem dificuldades. Ao que parece, tais obstáculos advêm dos próprios infratores, que estão cada vez mais resistentes e desafiadores na relação família e escola.

De certa forma, essa mudança de comportamento também interfere no trabalho dos educadores, que precisam estreitar as parcerias com os militares, a fim de buscar alternativas que venham a sanar esta realidade. Alguns acreditam que isso seria resolvido por meio de palestras que envolvam a questão da segurança, outros são favoráveis às leis mais rígidas. Porém, é preciso levar em conta que de nada adianta buscar soluções para tentar sanar a criminalidade na juventude, se ainda assim as notificações sobre as ocorrências continuarem entre quatro paredes. Desta forma, faz-se necessário o acolhimento ainda maior dos educadores para que não sejam reféns, inibidos de levar os fatos ao conhecimento da segurança pública.

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