Região bate recorde na apreensão de drogas

Polícia Militar Rodoviária tirou de circulação mais de 23,3 toneladas de entorpecentes em trânsito nas rodovias

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 27/12/2020
Horário 14:25
Foto: Polícia Milita Rodoviária
Apreensões mais frequentes ocorrem na SP-270
Apreensões mais frequentes ocorrem na SP-270

Neste ano, a região de Presidente Prudente bateu recorde na quantidade de drogas apreendidas em flagrantes nas rodovias. Um levantamento fornecido pela 2ª Companhia de Policiamento Rodoviário aponta que, de janeiro até a terceira semana de dezembro, os militares tiraram de circulação mais de 28,4 toneladas de entorpecentes.
Em 2019, o policiamento fechou o ano com apreensão de 23,3 toneladas, à frente de 2018, com 17,3 toneladas de drogas. Nos últimos 12 meses, a maconha (27.483.002 kg) lidera o total de apreensões, seguida por cocaína (773.407 kg), crack (1.83 kg) e outras (188 kg). “A maconha é a droga mais fácil de ser produzida, pois não precisa de tanto trabalho como as sintéticas”, afirma o comandante interino da 2° Companhia de Polícia Rodoviária de Presidente Prudente, tenente Daniel Bombonati Martins Viana. “Tem uma droga muito refinada, o skank, derivado da maconha, que temos apreendido muito também”. 
De acordo com o comandante, o número total de ocorrências de tráfico de drogas diminuiu em relação ao ano anterior, no entanto, lembra que em alguns flagrantes o volume de droga apreendido foi maior – na casa de 2 a 3 toneladas em algumas delas. “A expertise policial, aliada com a integração com os demais órgãos de segurança, é fundamental para a concretização de bons resultados. [As apreensões] geraram grandes perdas para a criminalidade” afirma. 
Ainda no período, o maior número de flagrante ocorreu na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), principalmente em ônibus. Porém, as ocorrências com maior volume apreendido estão dispersas em toda a malha. Toda a droga apreendida na conhecida “rota do tráfico” passa por outros Estados. Segundo Viana, não há dúvidas quanto a origem da produção, que é feita em países vizinhos como o Paraguai e Bolívia. “É de conhecimento geral de que os países vizinhos são grandes produtores, principalmente de maconha”.

As "mulas" do tráfico

O destino das drogas são as capitais brasileiras e outros centros populoso bastante movimentados, onde há a distribuição para os demais. Os que realizam o serviço de transporte para os “chefões” são chamados de “mulas”, a parte de baixa da hierarquia. Tais pessoas são “contratadas” até mesmo por meio virtual, com a promessa de receber entre R$ 1,5 mil a R$ 3 mil pelo transporte – o que vai depender da quantidade da remessa. 
“Hoje em dia não tem como traçar um perfil para esse tipo de pessoa, porque apreendemos desde menor infrator, mulheres e senhores de idade”, explica o comandante, que cita adultos entre 18 e 60 como maior parte dos detidos. “Em grande parte do que a gente pega, a alegação do autor é de que adquiriu [o entorpecente] no Brasil. Por conta disso, o crime acaba sendo de apuração estadual”, salienta. 
O crime é dinâmico e, com o passar do tempo, acaba alternando o modo de operação, o que requer constante estudo e análise por parte da polícia, a fim de acompanhar essa mudança. “Temos nos aperfeiçoado nas técnicas para fazer uma boa vistoria veicular, de questionar e sentir a linguagem verbal, as expressões de corpo que a pessoa possa demonstrar para a equipe policial, a fim de levar a uma vistoria mais apropriada, minuciosa”, explica Viana. 
“Em novembro tivemos apreensão em fundo falso de semirreboque; no estômago de um venezuelano. São inúmeras técnicas que fazem com que o policial, com sua experiência, perceba que algo não está certo e, normalmente, o resultado é cem por cento de incidência de droga”. 

SAIBA MAIS
A comunidade pode ajudar o policiamento a chegar aos traficantes por meio de denúncias anônimas através do disque denúncia (181) e Polícia Militar (190).

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