Em 2021, os pedidos de seguro-desemprego na região de Presidente Prudente tiveram queda de 6,44% em comparação a 2020. É o que revela um recente levantamento encaminhado ao O Imparcial pelo Ministério do Trabalho e Previdência. No ano passado, 16.536 trabalhadores foram assegurados com o subsídio na região de Prudente, totalizando um valor emitido de R$ 76.645.605,48 para o pagamento do auxílio. Já em 2020, 17.675 pessoas receberam o seguro-desemprego, o valor total pago pelo Governo foi de R$ 103.602.857,36.
Para o economista Alexandre Godinho Bertoncello, a diminuição de 1.139 registros de seguro-desemprego e o aumento de 10.658 novos pedidos do saldo de carteira assinada, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) na região, são um sinal clássico da reversão de um ciclo econômico. “Aparentemente estamos deixando o ‘fundo do poço’ para iniciar um movimento de melhora”, relata.
Segundo o profissional, dois fatores podem explicar a suposta retomada econômica: diminuição do desemprego e a diminuição da renda. “A diminuição do desemprego em cargos com maior valor agregado, isso pode ser que houve reposição com salários menores, isso porque o Caged aponta para a queda na renda”, especula Alexandre. Segundo ele, um fator adicional da retomada é o aumento da abertura de MEI’s (Microempreendedor Individual). “Outro fator é que tivemos a abertura de 2.560 MEI’s só em Presidente Prudente, segundo o site da prefeitura, muitos podem ser em empreendedorismo, mas podemos ter a contratação por PJ [Pessoa Jurídica] que diminuiria o número de pedidos de seguro-desemprego”, completa.
Mesmo com os sinais de retomada econômica, na perspectiva de Alexandre, o oeste paulista ainda está com dificuldades de desenvolvimento. “A criação de cargos de trabalho representou um crescimento de 5,73% do estoque de emprego contra 7,2% da média nacional, demonstrando que temos dificuldades em agregar valor suficiente para gerar emprego de forma mais rápida”, explica. O economista conclui que quando isso acontece é de bom tom discutir a forma como estes trabalhadores estão empregados, seja por PJ ou PF (Pessoa Física), e a qualidade de trabalho e de renda destes.
SEGURIDADE
TRABALHISTA
Fernando Miguel dos Santos é estudante de Jornalismo e atualmente exerce a função de estagiário no setor de Comunicação da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em Presidente Prudente. Ele trabalhou por uma década em um curtume do município e no final de janeiro de 2021, em meio à pandemia e corte de funcionários, ele foi desligado da empresa. Ele relata à reportagem deste periódico a importância da seguridade trabalhista no período em que ficou desempregado. “Logo após a demissão, consegui um estágio em uma rádio daqui da cidade, porém, a bolsa auxílio era pequena, mas o mais importante para mim naquele momento era o aprendizado, no entanto, minha renda ficou desfalcada e, como sou casado e tenho uma filha pequena, o seguro-desemprego me deu total auxílio neste período”, narra o estudante, que recebeu o auxílio de fevereiro a julho do ano passado.
“Em plena pandemia, o seguro-desemprego pode suprir este desfalque na minha renda e todo este tempo fiquei o amparado por este benefício trabalhista. De maneira geral, do período que fui demitido da empresa até conseguir um novo estágio na Sabesp, o seguro trouxe estabilidade a minha renda”, expõe Fernando, que conclui que a bolsa que recebe na companhia, atualmente, equivale ao valor da seguro-desemprego.