Adotar um modelo de gestão que retrate a realidade financeira deveria ser algo simples e fazer parte do dia a dia de qualquer empresa.
Como mentor e planejador financeiro, tenho me deparado constantemente com situações que considero críticas para quem está à frente de um negócio. Os problemas começam com a não separação entre as finanças pessoais (PF) e da empresa (PJ), o que é um dos fundamentos para uma boa gestão financeira. Manter contas separadas não apenas simplifica a contabilidade, mas também demonstra capacidade de gestão.
O registro preciso das transações financeiras é o alicerce de uma gestão financeira saudável. Ele fornece uma compreensão detalhada das receitas e despesas, permitindo que a empresa analise seus padrões de gastos e identifique áreas de eficiência ou possíveis cortes. Além disso, o acompanhamento rigoroso das entradas e saídas é fundamental para cumprir as obrigações fiscais, evitando possíveis penalidades por erros ou omissões.
Elaborar um fluxo de caixa é crucial para manter a saúde financeira. O fluxo de caixa é uma ferramenta dinâmica que mostra a movimentação do dinheiro na empresa ao longo do tempo. Ele diferencia as entradas de dinheiro das saídas, permitindo que gestores prevejam momentos de alta ou baixa liquidez. Com essa informação, é possível planejar investimentos, evitar crises de caixa e até mesmo negociar prazos melhores com fornecedores. Ressalto que a elaboração do fluxo de caixa envolve não apenas registrar receitas e despesas, mas também prever os fluxos futuros com base em projeções realistas.
Outra ferramenta valiosa é a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Essa análise detalhada das receitas, despesas, lucros e prejuízos em um período específico oferece uma radiografia do desempenho financeiro, permitindo ajustes estratégicos e a identificação de áreas para otimização. Além disso, fica claro o ponto de equilíbrio, ou seja, o exato momento em que as receitas se igualam às despesas. Estabelecer e seguir um planejamento orçamentário é como traçar uma rota clara para as finanças da empresa. Isso envolve não apenas os gastos operacionais habituais, mas também a alocação de recursos para investimentos futuros. Comparar regularmente os registros financeiros com as projeções e metas estabelecidas permite ajustes quando necessário, mantendo a empresa no caminho certo para alcançar seus objetivos financeiros e de crescimento.
Adotar um modelo de gestão que retrate a realidade financeira deveria ser algo simples e fazer parte do dia a dia de qualquer empresa. Adotar práticas como as acima citadas permitem não apenas uma compreensão clara das finanças, mas também capacitam os gestores a tomar decisões estratégicas para o crescimento, expansão ou gestão de crises financeiras.
Se você tem dúvidas ou incertezas sobre o assunto, busque orientação financeira de um profissional.
